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Economia Cuidado para não perder o controle do seu cartão de crédito

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Em março, o juro médio era de 432,2% (Foto: Banco de Dados)

Entre uma compra e outra, a gerente de vendas Ayla Assunção viu a sua fatura de cartão de crédito crescer e chegar a cerca de 50% do seu salário. Com outros compromissos além desse, ela deixou de pagar integralmente a fatura e, em dado momento, precisou fazer o parcelamento da dívida para não arcar com a pesadíssima taxa de juros do rotativo. Esse comportamento sinaliza que, apesar da facilidade e comodidade de uso, é preciso saber como usar o cartão para não comprometer a sua organização financeira.

Levantamento feito pelo GuiaBolso com base nos dados de 30 mil usuários do aplicativo mostra que, em janeiro, 31,7% do orçamento foram destinados ao pagamento com gastos no cartão. Essa fatia não tem variado muito nos últimos meses – o acompanhamento teve início em março do ano passado –, nem conforme a faixa de renda. Mas indica que os brasileiros podem estar consumindo mais do que devem no cartão de crédito. “Às vezes o cartão atrapalha porque você acha que não está gastando, mas quando chega a fatura se surpreende, às vezes não lembra dos parcelamentos”, afirma Ayla.

Atualmente, a fatura representa cerca de 30% de seu salário, mas isso só aconteceu porque ela ganhou um aumento nos últimos meses. Ainda assim, admite que é fácil se descontrolar. Além do parcelamento da fatura, Ayla entrou no cheque especial para conseguir pagar toda a fatura.

Thiago Alvarez, fundador do GuiaBolso, considera esse percentual elevado, indicando que o ideal seria gastar no máximo 20% da renda líquida (no caso dos assalariados, o quanto se recebe após a retenção de impostos).

Embora defenda o uso do cartão e veja nele um instrumento de pagamento importante, Alvarez ressalta que o plástico pode seduzir pela facilidade e levar o usuário ao endividamento. Uma das razões para isso é que, em muitos casos, o limite do cartão de crédito é bem superior à renda mensal do consumidor, o que pode levar ao exagero nos gastos cotidianos e nos parcelamentos de compras.

“Quando uma pessoa gasta 30% ou mais do orçamento pessoal com a fatura do cartão, é porque está gastando muito. O cartão de crédito só reflete esse descontrole. Isso pode levar ao endividamento e à incapacidade de pagamento. É um descontrole caro”, diz Alvarez, lembrando que os juros do rotativo do cartão são elevados.

Em janeiro, segundo dados do Banco Central, a taxa média no cartão era de 439,5% ao ano, contra 118,4% de um crédito pessoal. Para evitar o descontrole, Alvarez aconselha um planejamento do uso do cartão, estipulando quais gastos devem ser feitos com esse meio de pagamento – como as compras de supermercado e restaurantes. Todo o restante seria feito à vista. Ter esses limites, segundo ele, facilita um bom uso do cartão de crédito.

Média.

De acordo com o levantamento, o brasileiro gasta mensalmente 594,95 reais para pagar a fatura do cartão. Os consumidores das classes mais elevadas possuem uma fatura média de 2.925,74 reais. Já na chamada classe C o valor é de 765,23 reais, caindo para 277,75 reais na baixa renda.

Mauro Calil, consultor de investimentos do banco Ouroinvest, é mais flexível em relação à parcela da renda que pode ser destinada ao pagamento da fatura. No entanto, ele também defende que é preciso saber usar o cartão para não se endividar.

A sugestão do especialista é que cada pessoa tenha no máximo dois cartões de crédito e que o limite dos dois, somados, não seja superior a 50% da renda. Além disso, a fatura deve ser paga sempre em dia e integralmente.

“Fazendo isso, o consumidor nunca vai se atrapalhar. E se quiser usar o cartão e não tiver limite, é hora de parar de consumir, e não de usar o cartão. O percentual de comprometimento da renda com o pagamento da fatura é uma consequência dos hábitos de consumo”, afirma Calil. (AG)

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https://www.osul.com.br/cuidado-para-nao-perder-o-controle-do-seu-cartao-de-credito/ Cuidado para não perder o controle do seu cartão de crédito 2016-03-14
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