Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de julho de 2015
O deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) diz estar convencido de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, irá requerer ao STF (Supremo Tribunal Federal) nos próximos dias o seu afastamento cautelar do cargo de presidente da Câmara dos Deputados. Em privado, Cunha revela que se equipa para enfrentar a acusação de que usa o posto para atrapalhar as investigações e constranger testemunhas.
Na avaliação do parlamentar, o doleiro Alberto Youssef forneceu matéria-prima para a petição de Janot. Em depoimento ao juiz da Operação Lava-Jato, Sérgio Moro, o delator afirmou: “Eu venho sofrendo intimidação perante as minhas filhas e a minha ex-esposa por uma CPI coordenada por alguns políticos. Como réu colaborador, quero deixar claro que eu estou sendo intimidado pela CPI da Petrobras, por um deputado pau mandado do senhor Eduardo Cunha.”
O deputado também foi apontado como uma figura ameaçadora por outros dois delatores: o lobista Julio Camargo e um dos operadores do PMDB, Fernando Soares, o Fernando Baiano.
Após entrar na mira da Lava-Jato com a acusação de que extorquiu 5 milhões de dólares de Camargo, Cunha recebeu outra má notícia: a Procuradoria-Geral da República investiga se ele intimidou Baiano. Segundo a coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, o órgão suspeita que o peemedebista tenha ameaçado Baiano, que está preso desde o final do ano passado, para que não selasse um acordo de delação, em cujo âmbito poderia revelar bastidores das propinas da Petrobras à parlamentares do partido.