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Dança dos números

Ao justificarem o voto, deputados da base aliada insistiram no tema reaquecimento da Economia. (Foto: Gilmar Felix/Câmara dos Deputados)

A oposição precisava de 342 votos para que a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer fosse encaminhada ao Supremo Tribunal Federal. Ficou nos 227.

Como demonstração de força, o governo queria chegar nos 308 votos, que são necessários para aprovar a reforma da Previdência. Não passou dos 263. Portanto, precisará buscar mais 45.

NA CORDA BAMBA

Indecisos estavam com medo de que ficassem inexoravelmente ligados ao impopular governo federal nas eleições do próximo ano. Acabaram votando pela continuidade do processo contra o presidente Michel Temer.

FALSA IMPRESSÃO

Ao justificarem o voto, deputados da base aliada insistiram no tema reaquecimento da Economia. Deram a impressão de que, nos próximos dias, bastará um palito de fósforo para o País entrar em combustão.

INCONTIDOS

Entre dizer sim ou não diante do microfone, a maioria preferiu apelar para a verborragia, que se caracteriza pela imposição interna e compulsiva de falar.

VEXAMES AO VIVO

A TV Câmara veio para dar transparência às atividades dos parlamentares. A transmissão ao vivo da sessão plenária, ontem, deveria acrescentar na tela: proibido para menores.

Manifestações sem nexo, seguidas de bate-boca, empurra-empurra e gritarias, deputados mostraram, mais uma vez, a forma como são tratadas questões vitais para o País.

SURPREENDENTE

Muitos governistas, na tribuna e no momento da votação, disseram que “o presidente Temer poderá ser julgado, mas a partir de janeiro de 2019, quando já tiver entregue o cargo”. Reconhecimento de que a denúncia da Procuradoria-Geral da República tem fundamento.

OLHANDO PARA FRENTE

Afora a decisão da Câmara dos Deputados, a nação espera o fim da recessão que gera desemprego, mais credibilidade do sistema político, a continuidade do combate à corrupção e o equilíbrio nas contas públicas.

DECISÃO APLAUDIDA

O ministro Marco Aurélio Mello merece um monumento em Porto Alegre. Ontem, acolheu a medida cautelar que impede o Tesouro Nacional de bloquear as contas do governo do Rio Grande do Sul pelo não pagamento da parcela de julho da dívida com a União.

Decisão de bom senso que corta as unhas longas do poder central.

O RIO GRANDE DEVE IMITAR

O governo do Rio de Janeiro não tem nada para ensinar, mas ontem fugiu das habituais falcatruas. A Assembleia Legislativa aprovou restrições a incentivos fiscais, incluindo mecanismos de acompanhamento e controle de informações sobre benefícios a serem concedidos.

GIRO DO CARROSSEL

A 3 de agosto de 2016, os jornais noticiaram que Renan Calheiros, ex-antagonista, tinha passado a atuar como apoiador de Michel Temer. O presidente do Senado fazia elogios ao interino e descartava a volta de Dilma Rousseff.

Passados alguns meses, quebraram os pratos e se tornaram mais uma vez adversários.

HÁ 60 ANOS

“O comércio ameaça suspender o pagamento de impostos se não forem tomadas providências para acabar com o contrabando.” O comunicado ao presidente da República, Juscelino Kubitschek, foi feito a 3 de agosto de 1957 em telegrama da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul.

Só não repete a iniciativa, hoje, se a instituição achar melhor conviver com a pirataria.

HOMENAGEM

A sala da bancada do PP na Câmara Municipal de Porto Alegre terá o nome de Pedro Américo Leal. O projeto do vereador Cassiá Carpes teve aprovação unanimidade no plenário.

PARA LEMBRAR

Do manual do candidato que conseguiu se eleger: quem bebe água não deve esquecer quem fez o poço.

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