Segunda-feira, 10 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de setembro de 2016
Muito mais do que apenas um “rostinho conhecido”. Daniel Martins ganhou notoriedade ao ser apontado como sósia paralímpico de Neymar. A semelhança realmente impressiona, mas o paulista de Marília vai além, muito além. Recordista e campeão mundial, fez valer o favoritismo nos 400m T20, para atletas com deficiência intelectual, e repetiu o craque do futebol levando o ouro na Rio 2016.
Com 47s22, o jovem de 20 anos estabeleceu ainda novos recordes mundial e paralímpico e encerra com perfeição sua participação na primeira Paralimpíada. Luis Paiva, da Venezuela, e Gracelino Barbosa, de Cabo Verde, completaram o pódio.
“Estou acostumado [a ser comparado], mas não acho, não. O pessoal brinca bastante e tenho vontade de conhecê-lo.” Daniel celebrou ainda o sucesso avassalador em tão pouco tempo de carreira: “É um sonho realizado. Meu sonho era ser campeão mundial, depois paralímpico. Agora, meu sonho é descansar [risos]. Superamos muitas dificuldades. Foi uma corrida boa, consegui abrir dos meus adversários. Fim os 300m forte e os últimos 100m seja o que Deus quiser. Agora, é sentar e colocar a cabeça no lugar.”
Com sua própria história sendo escrita, Daniel leva a comparação com Neymar com bom humor. E as semelhanças não são meramente físicas. O mais novo campeão paralímpico também começou no esporte se aventurando no futebol, mas em 2013 foi aconselhado a apostar no atletismo por impressionar uma treinadora com sua velocidade. Conselho certeiro: desde então, não parou de colecionar recordes.
A dificuldade para aprendizado na escola fez com que Daniel fosse diagnosticado com deficiência intelectual, o que o levou ao mundo paralímpico. Filho de um pintor de paredes e de uma chefe de cozinha, o paulista investiu no esporte para melhorar de vida. O desempenho no Estádio Olímpico mostra que a opção foi correta.
Favoritíssimo, Daniel liderou a disputa com certa tranquilidade. Ao despontar nos 100m finais muito na frente dos adversários, o público presente no Engenhão enlouqueceu em gritaria. Sem diminuir o ritmo, o “Neymar Paralímpico” cruzou a linha de chegada 61 centésimos na frente do segundo colocado e baixou incríveis 56 centésimos seu próprio recorde mundial. (AG)