Sábado, 10 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 25 de fevereiro de 2016
Um pacote oferecendo a volta ao mundo – valendo-se basicamente de trem como meio de locomoção – em 35 dias foi lançado na América Latina pela operadora Lufthansa City Center. O roteiro terá paradas em 15 cidades de três continentes e prevê o embarque de, no máximo, 40 passageiros.
Marcada para ter início no dia 24 de agosto, a viagem dos sonhos de Sheldon Cooper (personagem da série televisiva “The Big Bang Theory”) começará a bordo do Sud Expresso na moderna estação do Oriente, em Lisboa (Portugal), rumo a Paris (França). Na fronteira com a Espanha, a necessidade de troca de trem servirá de desculpa para uma visita à cave Eguiazaval, com direito a almoço e degustação de vinhos. “Na volta, as malas já estarão devidamente reacomodadas no outro trem, como acontecerá em toda a viagem”, explica o CEO da empresa.
Como a atração é menos as cidades e mais as paisagens ao balanço dos vagões, a pausa na capital francesa não chega a um dia inteiro. Dali terá início a jornada pelo Leste Europeu. A bordo do Expresso Paris-Moscou, será percorrida em uma das mais longas rotas transeuropeias, passando por cinco países, entre eles Polônia e Bielorrússia, cuja entrada exige visto.
Durante duas noites será preciso fazer da cabine de 7 metros quadrados, com lavabo, chuveiro e cama – mordomias disponíveis na categoria VIP –, seu refúgio particular. Antes de embarcar para a etapa mais aguardada da viagem, na lendária ferrovia transiberiana, será possível deslumbrar-se com a arquitetura russa e esticar o corpo confortavelmente no hotel cinco estrelas Ararat Hyatt, ao lado da Praça Vermelha.
A jornada de 12 dias cruzando os Montes Urais percorre mais de 9 mil quilômetros em uma das áreas mais remotas do mundo, como Sibéria e extremo Oriente russo. Entre as paradas previstas no trajeto estão Iekaterinburgo, onde membros da última família imperial russa foram executados pelos bolcheviques, em 1918; Irkutsk, cidade conhecida como a “Paris da Sibéria”, pelo comércio com a Mongólia e a China; o vilarejo de Listvyanka, às margens do lago Baikal, onde os corajosos poderão arriscar um mergulho nas águas geladas e degustar um típico churrasco russo; e Khabarovsk, cidade a apenas 30 quilômetros da fronteira chinesa.
“Temos guias falando em português para explicar a importância histórica da região e da ferrovia, que completa cem anos em 2016”, diz o executivo.
A rota transiberiana termina em Vladivostok, polo cultural do Extremo Oriente. É de lá que o grupo dará um tempo nos trilhos para cruzar o Oceano Pacífico de avião até chegar em Vancouver (Canadá), ganhando 17 horas no cronograma graças à diferença de fuso horário. “Mesmo com um voo de quase 15 horas e uma conexão em Seul, vamos chegar em Vancouver no mesmo dia que partirmos da Rússia.”
Um dia e meio para esticar as pernas em solo canadense – e de volta à estrada férrea. Desta vez, as estruturas clássicas de metal darão espaço à amplitude dos vagões panorâmicos do trem de luxo Rocky Mountaineer, que atravessa as Montanhas Rochosas até Kamloops e lago Louise. Ali, pausa para as pessoas mostrarem seu lado mais selvagem no Parque Nacional de Banff (Patrimônio Mundial da Unesco).
Já em Jasper, após cruzarem a estrada cênica de Icefields de ônibus, será a vez de embarcar no trem The Canadian, da Via Rail, a caminho de Toronto. Destaque para as cabines Prestige, onde a cama de casal fica colada à janela panorâmica, dando a impressão de que se flutua pela paisagem.
Da maior cidade do Canadá parte-se a bordo do Amtrak Maple Leaf rumo ao destino final, Nova York (EUA), passando pelas belezas do vale do rio Hudson, lago Finger e as proximidades das cataratas do Niágara. Um jantar em meio ao lago do Central Park encerra os 18 mil quilômetros rodados entre Europa e Ásia para América.
Caso a experiência dê certo, Bernhard pensa em criar novos pacotes de volta ao mundo, incluindo outras paradas e rotas. (AG e Folhapress)
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