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Brasil De cada dez controladores de tráfego aéreo em atividade no Brasil, quatro são mulheres

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Ao todo, País tem 1.560 profissionais do sexo feminino na atividade. (Foto: Divulgação/FAB)

A tenente Cristiane Lara Prestes, 38 anos, virou controladora de tráfego aéreo de forma “casual”, como ela mesmo define. Quando decidiu prestar concurso para ser sargento da Aeronáutica, em 2001, conhecia bem pouco da profissão, mas foi a sua opção na hora de escolher a carreira dentro da FAB (Força Aérea Brasileira).

“Apesar de não ter ainda todas as informações sobre a profissão, escolhi a especialidade de controle de tráfego aéreo porque parecia ser a mais atraente”, afirma. Após 17 anos, diz que a carreira é apaixonante. Atualmente, ela trabalha no Centro de Controle de Área Amazônico, responsável pelos voos na região Norte do Brasil.

Hoje, Cristiane é uma das 1.560 mulheres controladoras de tráfego aéreo no Brasil. Elas já representam cerca de 40% dos 3.918 profissionais da área no país, de acordo com dados da FAB. O índice é o dobro dos Estados Unidos, onde a profissão tem 20% de mulheres, de acordo com dados da consultoria DataUSA.

No Reino Unido, o índice é de cerca de 25%, segundo dados da Nats, maior empresa prestadora desse tipo de serviço no país. Na Austrália, o índice é ainda menor. Apenas 13% dos controladores de tráfego aéreo são mulheres. A Airservices Australia, que presta esse serviço no país, abriu em outubro um processo seletivo para contratação de novos profissionais com uma campanha para atrair mais mulheres.

Em países mais conservadores, esse mercado foi aberto às mulheres somente nesta década. Nos Emirados Árabes Unidos, por exemplo, Nouf al Afifi foi a primeira mulher controladora de tráfego aéreo do país. Ela ingressou na carreira em 2011.

Para a tenente Cristiane, o fenômeno não está ligado apenas à profissão, mas, sim, ao avanço das mulheres em todos os campos profissionais: “Eu não acho que a resposta esteja na atividade de tráfego aéreo em si, mas, sim, num fenômeno generalizado em todas as áreas”.

As mulheres vêm conquistando respeito e espaço na sociedade. Somos tão capazes quanto os homens para desempenhar atividades em qualquer área de atuação, como política, Justiça, medicina, ciência, aviação, engenharia, entre outros. O número de mulheres no tráfego aéreo é reflexo dessa crescente realidade, e não porque o tráfego aéreo tenha algum atrativo especial para o gênero feminino”, avalia.

Estresse

A profissão de controlador de tráfego aéreo é constantemente relacionada como uma das mais estressantes do mundo. Apesar de descrever a atividade como envolvente, desafiadora, instigante e até apaixonante, a tenente Cristiane concorda que o nível de estresse é bastante elevado.

“Acredito que sim, pelo grau de responsabilidade, que é intrínseco a cada decisão que é tomada pelo controlador de tráfego aéreo. Toda decisão é única diante de cada situação, e o número de variáveis envolvidas pode ser bastante desafiador”, depõe.

Segundo ela, é necessário 100% de foco no que está acontecendo no céu: “A profissão exige muito raciocínio lógico, espacial, atenção e concentração o tempo todo”. É como um jogo de xadrez constante, em que o que está em jogo é a 36 aviões por hora e foco total: a rotina na torre de controle de Congonhas (SP).

Em dias de chuvas e tempestades, não são apenas os passageiros que sofrem com atrasos e cancelamentos de voos. Para a tenente Cristiane, esse é um dos piores cenários para o trabalho de um controlador de tráfego aéreo.

“Condições meteorológicas adversas é uma das situações mais difíceis para o controlador de tráfego aéreo trabalhar, porque tira a possibilidade de planejamento. E planejamento é um dos pilares da nossa atuação”, salienta.

“Esse é um cenário desafiador que poderia ser comparado ao de um médico que se prepara para uma cirurgia de rotina, mas que encontra uma enfermidade muito mais complexa do que a esperada. O paciente começa a sangrar e, o que antes tinha passos previsíveis e estaria sob controle, agora se tornou imprevisível, extremamente complexo e desafiador”, compara.

Ela se recorda especialmente de um dia em que os aeroportos Santos Dumont e Galeão, ambos no Rio de Janeiro, fecharam por causa das condições climáticas. “Nesse dia, fui auxiliada por um assistente, um coordenador de setor e pelo supervisor, que me ajudavam a enxergar todos os conflitos, já que o cenário era de muitas aeronaves desviando fora da rota, e aeronaves orbitando no céu, aguardando melhoria dos aeroportos”, conta.

Foram necessárias cerca de duas horas para as condições meteorológicas melhorarem naquele dia e os aviões voltarem à sua rota original. “Foi preciso muito sangue-frio, atenção, agilidade e, principalmente, apoio do resto da equipe”, elogia.

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