Quinta-feira, 10 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 2 de fevereiro de 2019
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Começo com um engarrafamento idiota e bizarro que vem ocorrendo nestes dias na Avenida Nilo Peçanha. Por exemplo, quarta, quinta e sexta (ontem), em face de obras que ocupam meia pista de rolamento, formou-se um “trancón” de quilômetros. Fui ao shopping Iguatemi vindo pelo outro lado da cidade. Não sabia que havia esse problema na Nilo Peçanha.
Peguei um táxi e nem o próprio taxista se deu conta de que, uma vez ingressado na Nilo, não tem volta. E ficamos 40 minutos, contadinhos no relógio, para fazer os dois ou três quilômetros até a Carlos Gomes. Uma coisa bizarra.
Obras são necessárias. Mas a Prefeitura não pode fazer os munícipes de idiotas. Bastava colocar uma placa ou um guarda municipal no início da Nilo, na altura do shopping Iguatemi, avisando: avenida em obras. Engarrafamento. Pegue rota alternativa. Parece gozação (no sentido duplo da palavra). Gente da prefeitura deve ficar molhada de prazer vendo a malta sofrer. Claro, a resposta será: – se não fazemos obras, queixam-se; se fazemos, também… Ah, bom. Fica o protesto e que, para a semana, um cristão avise aos incautos para que não transitem por essa via.
Outro assunto é o UBER. Gosto (estou sendo irônico) da propaganda da UBER em uma grande rádio da capital. Em vez de tentar convencer passageiros a optar pelo aplicativo, tipo “não ande de taxi, venha experimentar o UBER”, a tal empresa “fantasma” faz a seguinte publicidade: venha dirigir um UBER. Ganhe um dinheiro extra. Quer dizer: eles querem mais motoristas e nem se importam com os passageiros.
Por último, ri (e chorei) com o que ocorreu na última semana. Morreu o irmão mais velho de Lula. Policia Federal, Ministério Público e o Judiciário negaram (fizeram feio) a Lula aquilo que nem o General Mourão negaria. Aliás, falei disso em uma rádio sem saber que o General, minutos antes, dissera que, por uma questão humanitária, ele não negaria esse direito ao ex-Presidente. Bingo, VP Mourão.
Vejam. Durante o regime militar, Lula estava preso e morreu sua mãe. Os militares permitiram que Lula fosse às exéquias da mãe. Poxa. Essa coisa é a mais antiga do mundo. A lei de execução penal dá esse direito a qualquer preso. Até o goleiro Bruno e os irmãos Cravinho receberam o benefício. Nos últimos 4 anos, mais de 100 mil presos foram autorizados. Mas Lula, não. Que coisa, não? O general Mourão mostrou que é moderno.
Aliás, o mesmo General Mourão levou o maior pau nas redes sociais e do partido do Presidente Bolsonaro, porque disse que o aborto era uma questão de saúde pública e que isso era opção da mulher.
Aqui é a parte em que ri muito, ao ler o twitter de Bolsonaro. No dia 30, ele fez um post agradecendo o apoio etc e mandou um abraço a todos. Belo gesto. Agora vejam o que um sujeito chamado Victor Santos postou como resposta no twitter de Bolsonaro: “Graças a Deus [que está reassumindo], mais um pouco e Mourão estaria gritando Lula Livre ou viva Maduro”.
Na sequência, no mesmo twitter, entra Danniboy e posta: “Mourão é o maior comunista do Brasil e eu posso provar!” Marta Souza complementa: “Mourão não cheira bem”. E Pedro Freitas dá o xeque-mate: “Vi fontes confiáveis que o Mourão tinha envolvimento com a frente de espionagem da KGB, esquadrão soviético. A família Bolsonaro precisa impedir esse comunista e empossar o Flávio como vice de uma vez…!” Uau! E eu vou estocar comida! Claro que, se inquiridos sobre o absurdo que postaram, todos dirão que estavam brincando. Claro. Brincando. Esse pessoal brinca muito.
E teve muito mais coisa espinafrando Mourão. Umberto Eco tinha razão, mesmo. A internet é o lugar de idiotas. Néscios. Infelizes. Minha solidariedade ao Mourão! Espero que ele não leia essas manifestações das redes sociais.
Rumo às montanhas!
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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