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Economia Decisão do Copom não deve esfriar a aposta do mercado na queda de juros

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Agentes locais mantêm preferência por apostar na redução dos juros nominais, apesar de retórica conservadora do Banco Central. (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

Mesmo antes da decisão tomada na reunião de quarta-feira (5) do Copom, o mercado – sobretudo as gestoras de recursos locais – reforçou a percepção de que a principal aposta entre os ativos domésticos continua sendo a queda dos juros.

E, ainda que o comitê tenha mantido um discurso conservador, os agentes devem encontrar espaço para manter essa aposta sobre a mesa. Afinal, era amplamente esperada a manutenção de um tom mais “hawkish” (conservador) na reunião.

O trader de renda fixa da tesouraria de um grande banco classificou a corrida dos gestores para aplicar juros como um “FOMO” (sigla em inglês para “medo de ficar fora”) do mercado em torno do início do ciclo de cortes na Selic (taxa básica de juros).

“E é difícil discordar de que há uma assimetria de baixa à frente”, diz o operador, que também embarcou na estratégia, ainda que tenha reduzido o tamanho de suas posições. “Não vemos vantagem em mudar a orientação atual.”

As gestoras locais também não veem motivo para alterar esse viés mais “aplicador”, ao se ter em vista que, nos últimos dias, as cartas mensais das assets de fundos multimercado revelaram uma estratégia bastante similar entre as casas em apostar na queda dos juros prefixados.

A Kinea é uma das casas que tem mantido posições aplicadas em juros e, ao longo de setembro, alongou as apostas ao preferir não ficar nos trechos mais curtos da curva.

“Nosso posicionamento é, hoje, baseado nos dados econômicos de atividade e inflação. Os indicadores de difusão de atividade estão no menor patamar desde a pandemia e temos visto revisões baixistas nas projeções de inflação mais longas do Focus”, apontou a Kinea em carta divulgada no início da semana.

“Temos juros de 15% para uma inflação de 4%. Em algum momento essa política acaba ficando restritiva demais”, disse o economista-chefe da Kinea, André Diniz, durante “live” na última terça (4). “Alongamos posições de juros durante o mês, muito em função do risco de um pouco mais de resistência da atividade, de alguma volatilidade.”

“E não vemos mais um risco retorno atraente em estar na parte muito curta da curva. Melhor estar na parte mais à direita da curva”, disse o sócio e gestor Ruy Alves, também presente na “live”.

A Legacy vai na mesma direção e diz manter a exposição aos ativos brasileiros, com posições aplicadas em juros, “mirando a continuidade do cenário externo favorável, dos sinais de desaceleração da atividade econômica doméstica, e a sincronia entre ativos brasileiros e externos”.

Na Ibiuna, casa comandada pelos ex-diretores do BC Mario Torós e Rodrigo Azevedo, as posições aplicadas em juros nominais também estão presentes no cenário, junto a uma aposta de que o ciclo de cortes na Selic deve começar no primeiro trimestre de 2026. A carta, com a expectativa da casa, foi divulgada no início da semana.

“Por enquanto, o cenário externo robusto combinado à alta taxa de juros e à probabilidade de mudança na política econômica mais à frente mantém o cenário sob controle. Também no curto prazo, sinais mistos na atividade; a convergência, embora lenta, da inflação para a meta; e a queda das expectativas reforçam a avaliação de que há espaço para cortes à frente.”

No caso da Occam, o gestor de renda fixa Pedro Dreux revelou, no “call” mensal da casa no início da semana, que também mantém um viés “aplicador” no Brasil, “apesar de não estarmos com risco muito relevante, porque não vemos nenhum gatilho de curto prazo para o mercado embarcar de vez em um ciclo iminente (de cortes)”.

Dreux diz ter esperado que os dados divulgados ao longo do mês de outubro mostrassem uma fraqueza um pouco maior da economia. “O Caged foi uma certa frustração”, disse o gestor.

“Diante disso, não vemos nenhum ‘trigger’ (gatilho) no curto prazo. A gente tem carregado posições reduzidas, a volatilidade foi um pouco maior nesse mês e a sazonalidade de fim de ano não é muito favorável”, afirmou Dreux. “A nossa postura é aguardar algum movimento de realização para voltarmos a adicionar risco nas posições aplicadas no Brasil.” (Com informações do Valor Econômico)

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