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Brasil Declaração de Fernando Segovia, na qual ele criticou o inquérito sobre o presidente Michel Temer na área dos portos, aprofundou o clima de tensão interna na Polícia Federal

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Segovia viu a adesão ao seu nome rapidamente diminuir entre os colegas. (Foto: José Cruz/Agência Brasil)

A crise que atinge o comando da PF (Polícia Federal) ocorre no momento em que o diretor-geral, Fernando Segovia, luta para resgatar o apoio que recebeu de delegados da PF na época da posse, em novembro. Com as declarações dadas à Reuters na sexta-feira (09), Segovia viu a adesão ao seu nome rapidamente diminuir entre os colegas. Delegados que até poucos dias atrás defendiam Segovia agora pedem sua saída.

Na entrevista, ele criticou o inquérito sobre o presidente Michel Temer na área dos portos e, na avaliação dos colegas, não teria defendido, com a ênfase que esperavam, a autonomia do delegado responsável pelo caso. As declarações coincidem com um momento delicado na PF, que é uma discussão interna determinada por Segovia para uma reestruturação administrativa do órgão.

A proposta preliminar distribuída às entidades representativas de delegados, peritos, agentes, papiloscopistas e escrivães, prevê subordinação dos outros cargos ao delegado e criação de um novo cargo na PF, de nível médio, para guarda de fronteiras e tarefas administrativas.

Esses dois pontos provocaram uma reação negativa das outras categorias. Agentes consideram que o cargo de nível médio vai, a médio prazo, ser usado pelos delegados para esvaziar a categoria, bastando que não se abra mais concursos públicos para agentes.

“Os agentes acham que têm que comandar uma parte da polícia e nós não concordamos com isso porque entendemos que o comando é único e tem que ter hierarquia e disciplina”, disse o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Edvandir de Paiva.

Segovia ainda encontra maior apoio não entre seus colegas delegados, mas sim nos ocupantes dos outros cargos. Isso porque ele começou a chamá-los para conversas internas sobre o plano de reestruturação, o que foi considerado um avanço em relação à gestão anterior, segundo policiais.

Mesmo assim, no dia seguinte às declarações de Segovia todas as categorias emitiram notas condenando a fala do diretor-geral. Nesta semana, os problemas gerados pelas declarações ganharam contornos de crise de autoridade e de disciplina interna.

Em um episódio inédito na história recente da PF, revelado pelo Painel, um grupo de delegados da unidade destinada a casos de foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal) dirigiu ofício ao diretor-geral ameaçando recorrer a pedidos de “medidas cautelares”, que incluem pedidos de prisão, se forem “concretizadas ações” que configurem crimes, como “prevaricação, advocacia administrativa, coação no curso do processo e obstrução de investigação de organização criminosa”.

Segundo o ofício, os delegados não admitirão “qualquer ato que atente contra a autonomia funcional de seus integrantes”. A resposta foi dada, também por ofício, pelo chefe da Diretoria de Investigação e Combate ao Crime Organizado, ao qual o grupo está vinculado, Eugênio Ricas. Ele escreveu que é um “imperativo legal” que os delegados denunciem eventuais pressões e ingerências nas investigações e que a direção-geral está aumentando o apoio logístico e de pessoal na unidade.

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