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Política Declarações do ministro da Justiça azedam esforços. A avaliação é de que o ministro pode “sangrar” durante vários dias e sofrer desgaste público que o levaria à demissão

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A percepção é que a fala causou grande problema na relação do grupo ministerial que cuida da relação com o Rio sobre as ações de segurança. (Foto: Reprodução)

Após ser acusado pelo ministro da Justiça, Torquato Jardim, de ser conivente com a corrupção na Polícia Militar, o governo estadual partiu para o contra-ataque: anunciou que vai interpelá-lo judicialmente por meio de uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal). A decisão foi tomada durante uma reunião no Palácio Guanabara, da qual participaram o governador Luiz Fernando Pezão, o secretário de Segurança, Roberto Sá, o comandante-geral da PM, coronel Wolney Dias, e oficiais que estão à frente de 44 batalhões.

O Estado subiu o tom, e, de Brasília, veio uma resposta igualmente dura. O vice-líder do governo na Câmara dos Deputados, Darcísio Perondi (PMDB-RS), saiu em defesa de Torquato afirmando que “o Rio é quase um caso perdido”. “Ele (Torquato) foi sincero. Às vezes, a sinceridade machuca. O Rio é quase um caso perdido”, disse Perondi.

Um sinal de que o Planalto não está disposto a pôr panos quentes na crise instalada pela metralhadora giratória do ministro da Justiça. A avaliação  pode “sangrar” por dias e o ministro pode sofrer desgaste público que o levaria à exoneração.

Além de Darcísio Perondi, outros dois integrantes da Câmara dos Deputados reforçaram, de lados opostos, o clima beligerante. Alessandro Molon (Rede-RJ) pediu ao Ministério Público do Rio para investigar a suposta existência de uma relação entre comandantes de batalhões e o crime organizado, apontada pelas “declarações verossímeis” de Torquato. Já o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) abriu fogo contra o ministro e o Palácio do Planalto.

“Ele pode ter atrapalhado a força-tarefa porque tudo que falou estaria sendo investigado, tem um trabalho que não é só do Ministério da Justiça. Pode ter jogado tudo fora. Se há informação de que o governador não manda mais, que o secretário não manda mais, e que os bandidos estão comandando os batalhões, é preciso tomar uma providência. Ou o governo não sabe o que está falando ou vai ter que intervir”,  criticou Maia, acrescentando que o presidente Michel Temer não tem condições fiscais ou políticas para fazê-lo.

Perplexo

“A fala do ministro causou espanto. Até parece que ele (Torquato Jardim) está em busca de uma desculpa para deixar o governo. Mesmo que tenha essa avaliação pessoal, não deveria ter verbalizado”, observou esse interlocutor de Temer. Segundo ministros que estiveram com Temer, o presidente demonstrou “perplexidade” com as declarações de Torquato e com o fato de o ministro da Justiça ter reafirmado o que disse.

Mais do que isso, a percepção é que a fala causou grande problema na relação do grupo ministerial que cuida da relação com o Rio sobre as ações de segurança. Segundo relatos, Temer tentará “baixar a poeira” no feriado, para avaliar como retomará a relação a partir da próxima semana.

A ordem no núcleo do governo é de tentar diminuir a temperatura do episódio, que teve forte reação de lideranças políticas do Rio de Janeiro.

 

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