Segunda-feira, 29 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de dezembro de 2025
Condenado por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro está preso desde o dia 25 de novembro
Foto: Ton Molina/STFA defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) informou que uma ultrassonografia realizada no domingo (14) confirmou a existência de duas hérnias inguinais na região abdominal. Com base no resultado do exame, os advogados afirmaram que irão reforçar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) o pedido para que o ex-presidente seja submetido a uma cirurgia em breve, considerada, segundo os médicos, o tratamento definitivo para o quadro clínico identificado.
A hérnia inguinal, também conhecida como hérnia na virilha, ocorre quando tecidos do interior do abdômen se projetam por um ponto de fragilidade da parede muscular abdominal, formando um abaulamento perceptível. Quando esse deslocamento acontece em ambos os lados do abdômen, a condição é classificada como hérnia inguinal bilateral, como no caso diagnosticado em Bolsonaro. De acordo com a defesa, os exames apontaram claramente a presença das duas hérnias.
Em manifestação encaminhada ao STF, um dos advogados declarou que “os exames identificaram duas hérnias inguinais, e os médicos recomendaram que ele seja submetido a um procedimento cirúrgico, a única forma de tratamento definitivo para o quadro”. O exame foi autorizado no sábado (13) pelo ministro Alexandre de Moraes e realizado nas dependências da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília (DF), local onde Bolsonaro está detido desde 25 de novembro. A ultrassonografia foi conduzida pela equipe médica que acompanha o ex-presidente.
Na semana anterior, o ministro Alexandre de Moraes já havia determinado que a Polícia Federal realizasse uma perícia médica oficial para avaliar a real necessidade da cirurgia. Na decisão, o ministro mencionou que os exames anteriormente apresentados pela defesa haviam sido realizados há mais de três meses, o que motivou a solicitação de uma avaliação mais recente e detalhada do estado de saúde do ex-presidente.
No pedido encaminhado ao STF para a realização da ultrassonografia, os advogados anexaram um relatório médico que indicava a necessidade de intervenção cirúrgica. Segundo o documento, Bolsonaro tem relatado dores e desconforto na região inguinal nas últimas semanas. Os médicos apontam que os sintomas estariam sendo agravados pelo aumento intermitente da pressão abdominal, associado a crises recorrentes de soluços, o que reforçaria a indicação do procedimento cirúrgico sob anestesia geral.
A defesa também destacou que o ex-presidente apresenta um quadro persistente de soluços, que, segundo os advogados, não cessam. De acordo com a petição, esses episódios já teriam levado Bolsonaro a atendimento hospitalar em razão de falta de ar e episódios de síncope. Para os advogados, o conjunto de sintomas revela um risco de descompensação súbita, motivo pelo qual sustentam a urgência da cirurgia.
Por fim, a defesa afirmou que houve novas intercorrências médicas que demandam atenção imediata do Supremo, reiterando o pedido para que as condições de saúde do ex-presidente sejam avaliadas com prioridade.