Domingo, 21 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de julho de 2015
Um delator ouvido na Operação Lava-Jato contou como era feita a entrega de dinheiro para três ex-deputados. Rafael Ângulo Lopez confessou ser entregador de propinas do doleiro Alberto Youssef.
Na delação premiada, ele deu detalhes da entrega do dinheiro. Disse que o ex-deputado Luiz Argolo, afastado do Solidariedade, ia duas ou três vezes por semana ao escritório do doleiro para pegar entre 100 mil reais e 200 mil reais.
Uma das vezes, segundo o operador, Argolo recebeu 600 mil reais em espécie. Eram tantas notas, que, de acordo com Ângulo, ficou difícil fechar a mala.
Rafael Ângulo disse que outro ex-deputado, Pedro Corrêa, que foi do Partido Progressista, também frequentava o escritório de Youssef. E que recebia valores que variavam entre 150 mil reais e 200 mil reais por mês.
O operador falou ainda que nem todas as entregas eram feitas no escritório de Youssef. Ele chegou a viajar para Brasília (DF) para entregar dinheiro não só a Luiz Argolo, mas também ao ex-deputado André Vargas, que era do PT.
Julgamento
Os três ex-parlamentares estão presos em Curitiba (PR) e respondem por crimes como corrupção e lavagem de dinheiro. Como são ex-deputados, eles não têm mais foro privilegiado e por isso estão sendo julgados no local, pelo juiz Sérgio Moro.
As testemunhas de acusação já foram ouvidas e, nas próximas audiências, as testemunhas da defesa prestarão depoimento. A defesa de Luís Argolo disse que Rafael Ângulo não apresentou provas contra o ex-deputado e que considera que a Lava-Jato tem deturpado a prática da delação premiada.