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Brasil Delator diz que entregou 5 milhões de reais em espécie a amigo do deputado Aécio Neves na garagem

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Partido quer resgatar nomes de peso, como o de Aécio Neves. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O ex-diretor-jurídico da Renova Energia AS Ricardo Assaf, um dos delatores da Operação Descarte, relatou aos investigadores que o empresário Flávio Jacques Carneiro, do Grupo Bel, pegou R$ 5 milhões em espécie na garagem de um edifício em São Paulo e também em um escritório na capital. O valor, segundo o delator, seria oriundo de um desvio de R$ 40 milhões da Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais). Flávio é amigo do deputado Aécio Neves (PSDB).

O executivo já havia sido citado na delação premiada do empresário Joesley Batista como suposto intermediário de propina do parlamentar. O delator contou que as entregas ocorreram a partir de agosto de 2014. Assaf citou os nomes dos operadores Luis Carlos Claro, alvo de fases anteriores da operação, e Francisco Vila, que também se tornou delator da Descarte. “Aproximadamente R$ 5 milhões foram entregues em espécie a Flávio Jacques Carneiro em três ou quatro entregas ocorridas no escritório de Luis Carlos Claro e na garagem do prédio onde moravam Ricardo Assaf e Francisco Vila”, contou. “Flávio Jacques Carneiro se correspondia por mensagens de aplicativos de destruição automática de mensagens com Francisco Vila.”

A PF (Polícia Federal) relatou à Justiça que “Ricardo Assaf apresentou documentos com cópia de mensagens trocadas entre ele e Flávio Jacques Carneiro tanto pelo aplicativo Wickr quanto pelo WhatsApp que comprovam a relação entre os dois e as cobranças feitas por Flávio”.
Além de Ricardo Assaf e Francisco Vila, também delatou à Descarte o diretor da empresa Casa dos Ventos Energias Renováves, Clécio Antônio Campodônio Eloy. Os depoimentos levaram à investigação a abrir nesta quinta-feira (11) a Operação E o Vento Levou, quarta fase da apuração.

Os investigadores da Operação Descarte narram que a Cemig Geração e Transmissão fez um aporte de R$ 850 milhões na empresa Renova Energia AS. Após a transferência, afirma a PF, a Renova fez um contrato com sobrepreço de R$ 40 milhões com a Casa dos Ventos. Para viabilizar o repasse dos R$ 40 milhões da Casa dos Ventos a beneficiários finais do desvio, foram destinados R$ 5,2 milhões ao escritório de Advocacia Claro Advogados Associados – controlado por Luis Carlos Claro –, R$ 2,1 milhões à Interconsult Empresarial – controlada pelo Grupo Claro –, R$ 18,3 milhões à Barcelona Capital – controlada por Francisco Vila –, R$ 9,4 milhões à empresa Sadesul, R$ 2 milhões à Ediminas e R$ 3 milhões à Editora Minas.

Após o montante ser escoado às empresas, relata a Federal, o dinheiro foi convertido por operadores em valores em espécie e distribuído a diversas pessoas. Um dos beneficiários seria Flávio Jacques Carneiro, presidente da Ediminas e sócio, com 100% de participação, da Editora Minas. Segundo a PF, a Ediminas e a Editora Minas, empresas do Grupo Bel, receberam, juntas, R$ 5 milhões da Casa dos Ventos. Teriam participado das camadas de lavagem, de acordo com o inquérito da Operação Descarte, os operadores Luis Carlos Claro, Daniel Peixoto e Francisco Vila. “As duas empresas também receberam, em data próxima, R$ 2,7 milhões da Renova”, narrou a PF.

“Além dos R$ 2,7 milhões, Flávio também recebeu R$ 1,57 milhão transferidos pela Barcelona Capital à Rádio Bel, e aproximadamente R$ 5 milhões em espécie, no cálculo de Ricardo Assaf, que lhes foram entregues por Francisco Vila, Daniel Peixoto e Luiz Carlos Claro (este ‘apenas’ R$ 150 mil). Flávio confeccionou contratos simulando serviços inexistentes para justificar as transferências feitas para suas empresas.” A PF narrou que Francisco Vila ficou responsável pela entrega de “cerca de R$ 2 milhões a Gustavo Toledo Lima, sobrinho de Dimas Toledo, e cerca de R$ 2,55 milhões a Flávio Jacques Carneiro”. De acordo com o delator, na segunda entrega, Gustavo Toledo Lima indicou para retirada “um senhor de cabelos brancos, que aparentava ser seu motorista”, que pegou cerca de R$ 1,7 milhão.

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