Domingo, 26 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de agosto de 2015
O ex-diretor da Petrobras Renato Duque demonstrou nesta semana que se chegar a um acordo com o MPF (Ministério Público Federal) para delatar os envolvidos no esquema de corrupção na estatal, poderá citar novos nomes nos depoimentos que prestará à Justiça. O recado chegou rápido aos líderes do PT.
Duque tem confidenciado a conhecidos que poderá citar até mesmo a ex-chefe da Petrobras Graça Foster em declarações que eventualmente prestar aos procuradores. A ex-dirigente da petroleira tem relações pessoais com Dilma Rousseff.
O nome de Graça não apareceu em nenhuma das 18 delações premiadas nem em documentos coletados pela PF (Polícia Federal) e pelos representantes do MPF que se tornaram públicos. Foi na gestão dela que os investigados por corrupção foram demitidos ou perderam poder. Na época na qual pediu demissão, a ex-presidenta foi enfaticamente defendida por Dilma.
A intenção manifestada por Duque, por isso mesmo, é vista como tentativa de retaliação à ex-executiva-geral da Petrobras, que teria bloqueado o esquema de corrupção. Ainda que o ex-diretor não aponte nada de concreto contra Graça, a simples menção do nome da ex-dirigente cumpriria a função de submetê-la a constrangimentos. Duque ainda afirmou que estaria disposto a falar de políticos petistas que foram citados em outras delações. (Mônica Bergamo/Folhapress)