Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2017
A Odebrecht pagou propina para ter acesso a documentos sigilosos e influenciar em decisões do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Camex (Câmara de Comércio Exterior), de acordo com depoimentos de ex-executivos da empresa ao Ministério Público Federal. A empresa também tentava definir políticas econômicas, como a criação de um banco de fomento às exportações.
Os delatores Fernando Reis e Antonio de Castro afirmaram que a ex-funcionária do Banco Central e da Camex Maria da Glória Rodrigues fazia o meio-campo da empreiteira com câmara. Mesmo fora dos órgãos públicos, ela continuava mantendo influência e atuando como uma espécie de consultora da Odebrecht nas questões de créditos para exportação. Nas planilhas de propina, ela recebeu o apelido de “Barbie”.
Reis conta que em 2006 ela tinha um “crédito” de R$ 10 milhões para receber de forma parcelada da Odebrecht. Além de valores por sua consultoria, seus pagamentos eram associados a uma taxa de sucesso dos projetos da Odebrecht na Camex.
A Camex é o órgão responsável por definir as diretrizes do comércio exterior brasileiro, como tarifas de importação, realização de acordos bilaterais e a política de financiamento de exportações. O interesse da Odebrecht era sobre as atividade dos Cofig (Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações), órgão vinculado à Camex.