Sexta-feira, 16 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2022
Para o delegado Marcelo Villela, alvo de disparos de Roberto Jefferson no domingo (23) durante o cumprimento de um mandado de prisão no interior do Rio de Janeiro, o ataque à PF (Polícia Federal) foi premeditado. “Os indícios não deixam dúvidas de que Roberto Jefferson aguardava a polícia federal e agiu de forma premeditada e com intenção de matar os policiais”, diz o trecho do depoimento à polícia.
Além de Villela, ferido no crânio, a policial Karina Lino Miranda de Oliveira, de 31 anos, foi atingida por estilhaços de granada no quadril. Os dois precisaram de atendimento médico.
A ordem de prisão partiu do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após Jefferson descumprir várias medidas de prisão domiciliar, como usar redes, postar ameaças e ofensas a ministros, receber visitas e passar orientações políticas.
Levado para Bangu, Jefferson foi indiciado por quatro tentativas de homicídio. Além dos dois agentes, feridos, o indiciamento é referente a outros dois que estavam numa viatura, mas não chegaram a ser atingidos.
Na chegada dos agentes da PF a Comendador Levy Gasparian, por volta das 11h, Jefferson jogou duas granadas e deu tiros de fuzil. Foram oito horas desrespeitando a ordem do STF até a rendição, às 19h.
O sistema do Exército aponta que a licença do ex-deputado Roberto Jefferson estava suspensa e que ele não poderia ter ou transportar armas fora de Brasília.
Por conta do descumprimento, o Exército abriu processo administrativo para apurar o caso e a Polícia Federal instaurou inquérito na esfera criminal.
Sem interferência externa
Em reunião na terça-feira (25), delegados da Polícia Federal disseram que o superintendente regional do órgão, Ivo Roberto Costa da Silva, negou que tenha havido interferência externa durante a prisão de Jefferson. A informação foi divulgada em uma nota interna à qual o g1 teve acesso.
Segundo os representantes da PF, o superintendente afirmou que “a operação foi desencadeada em obediência aos padrões técnico-operacionais de atuação policial”.
Na reunião, a categoria pediu ainda que sejam adotadas providências em relação à postura do policial Vinícius Secundo, chamado para negociar a rendição de Jefferson. O superintendente, segundo os delegados, esclareceu que o próprio policial reconheceu “a impropriedade de pontos do diálogo” mantidos com o ex-deputado.
Secundo é chefe do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) e do Núcleo Especial de Polícia Marítima (Nepom) da PF no RJ.
A abordagem foi criticada por especialistas em segurança pública e gerenciamento de crise, que classificaram a situação como “um bate-papo”, “fora do imaginável” e “uma ofensa aos policiais”. Secundo disse que “vestiu um personagem”. As informações são do portal de notícias G1.