Quinta-feira, 16 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de outubro de 2015
Os delegados que atuam na Operação Lava-Jato, no Paraná, se preparam para enfrentar os parlamentares que os convocaram para depoimento à comissão instalada na Câmara dos Deputados relacionada às irregularidades na Petrobras, desvendadas pelas investigações. Os agentes chamados a falar na comissão contam com habeas corpus do STF (Supremo Tribunal Federal) para evitar a obrigação de responder aos questionamentos. As justificativas alegadas pelos policiais é que a comissão não deve atuar como uma delegacia de polícia. A CPI da Petrobras chamou para esta quinta-feira os depoimentos dos delegados Maurício Moscard Grillo, Rosalvo Franco e José Washington Luiz Soares, que optarão por ficar em silêncio. O agente Mario Fanton, também convocado para depor, está propenso a responder às perguntas.
Os delegados foram convocados para prestar informações da existência de escuta ilegal na cela do doleiro Alberto Yossef, preso desde março de 2014 na superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR). Eles justificaram os pedidos de habeas corpus por entender que há investigações ao caso no âmbito da corporação e do MPF (Ministério Público Federal), órgão para os quais a CPI remete conclusões.
Também há a avaliação entre fontes ligadas às investigações da Lava-Jato de que os deputados da comissão pretendem desviar o foco dos políticos investigados e desqualificar os trabalhos da força-tarefa. O deputado Aloísio Mendes (PSDC-MA) é quem mais se notabilizou e fez articulações entre os parlamentares da CPI para convocar os delegados.
O diretor-geral da PF, Leandro Daiello, chegou a cogitar da possibilidade de se oferecer para ir à CPI da Petrobras no lugar dos delegados, como espécie de anteparo aos investigadores, na tentativa de dar um caráter institucional ao posicionamento da corporação quanto aos questionamentos feitos pelos deputados. A ideia, que não contou com a simpatia do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não prosperou. (AG)