Esporte Depois da medalha de prata, Felipe Wu ganha patrocínio e seguidores
Por Redação O Sul | 10 de agosto de 2016
O que uma medalha olímpica de prata pode mudar na vida de alguém? Felipe Wu sentiu efeitos imediatos. Segundo lugar na prova de pistola de ar 10m, disputada no último sábado (6), ele foi de desconhecido a assediado por imprensa e torcedores. Nas redes sociais viu uma explosão de seguidores: passou de 500 para quase 9,5 mil fãs no Instagram.
Uma foto do atleta na rede social é emblemática (confira a imagem abaixo). Em setembro, Wu registrou a vitória em uma etapa da Copa do Mundo de Tiro Esportivo, em Bangkok, na Tailândia. Curiosamente, Xuan Vinh Hoang, do Vietnã, medalhista de ouro contra o brasileiro na Rio 2016 com um tiro perfeito no último momento, aparece como terceiro no pódio. Aquela imagem ganhou 249 curtidas. A publicação em que o atleta exibe a medalha de prata recebeu quase 6 mil.
Felipe Wu, que não é usuário assíduo de redes sociais, viu seu Instagram se transformar (Foto: reprodução/Instagram)
“Espero mostrar minha rotina. Não era muito ligado nas redes sociais, mas agora que tem muita gente interessada vou tentar mostrar mais da minha vida e do meu dia a dia. O pessoal conhece, então quer acompanhar. Recebi mensagens bacanas de muita gente querendo começar no esporte também”, disse ao GloboEsporte.com, enquanto vivia o dilema de se apressar, embora parasse para atender a pedidos de fotos com fãs, funcionários e voluntários.
O poder da conquista inédita nos últimos 96 anos de tiro esportivo brasileiro foi visto na prática pelo atleta. Wu e a namorada Rosane Budag, também atiradora do time Brasil, tentaram assistir a um jogo de basquete masculino da seleção, mas foram “impedidos”.
“Tive que sair, porque todos queriam tirar fotos”, explicou o atleta, que não possui conta no Twitter e que controla seu perfil no Facebook apenas com pessoas que conhece.
O bônus de perder parte da privacidade para o tímido paulista de 24 anos é a visibilidade para o esporte. Os frutos já são colhidos: ele acertou com um novo patrocinador – uma fabricante de munições – segundo a namorada Rosane.
Nesta quarta-feira (10), ela foi ao Centro Olímpico de tiro, em Deodoro, para treinar e torcer pelo namorado, 39º colocado na pistola 50m, prova que não é sua especialidade. Wu encerrou a participação na Olimpíada como atleta, mas não como torcedor. Nesta quinta-feira (11), os dois vão inverter os papéis: Rosane vai competir na prova carabina três posições, e ele ficará na arquibancada.
“Temos uma empatia grande e acredito que vá me fazer muito bem. Me sinto confiante quando ele está junto, e ele da mesma forma. Como treinamos sempre juntos, faz parte da nossa rotina”, disse Rosane.
“Fico mais nervoso (como torcedor), porque você não consegue controlar a situação. Quando estou atirando, sei o que estou fazendo e pensando. Quando é com outra pessoa fica difícil. Eu sofro bastante”, afirmou Wu.
O medalhista de prata terá mais tempo para sofrer como torcedor, além do tempo durante a competição da namorada. Ele voltará a São Paulo para rever os familiares na sexta, mas depois retorna ao Rio. Objetivo: torcer pelo Time Brasil e participar da cerimônia de encerramento. Um dos desejos é ver o jogo de vôlei masculino entre Brasil e Estados Unidos, nesta quinta-feira. Só falta o ingresso.
“Quero curtir os Jogos sem ser atleta, e sim como torcedor. Gosto muito de esporte. Depois da Olimpíada dá vontade de ver as coisas e não tem mais nada na televisão. Não tenho ingresso ainda, vou ver se consigo com Comitê Olímpico ou se alguém quiser doar, estou aceitando (risos)”, brincou o medalhista.
Se os holofotes estão todos voltados a Felipe Wu, nesta quinta-feira, às 9h, ele poderá dividir as atenções com Rosane. Ela sonha com um lugar no pódio, na prova de carabina três posições, o que seria um desfecho perfeito para o casal que foi do anonimato ao estrelato em poucos dias. (AG)
