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Política Depois da operação policial que resultou em 121 mortes no Rio, Lula viu a segurança pública virar munição de opositores em um momento no qual recuperava sua popularidade

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Na política interna, Lula viu a oposição que estava desalinhada se reagrupar em torno de uma pauta. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

Depois da operação policial que resultou em 121 mortes no Rio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viu a segurança pública, maior preocupação dos brasileiros, virar munição de opositores em um momento no qual recuperava a popularidade. Na América Latina, região mais violenta do planeta e na qual o tema é altamente politizado, o petista não está sozinho: os principais países comandados por aliados, do Uruguai ao México, têm a insegurança como incômodo predominante nas pesquisas, e alguns deles entraram na mira de anseios intervencionistas dos EUA sob o argumento de combate ao crime.

Nesse domingo (9), na Colômbia, Lula participou da cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). O mar da região tem sido palco de bombardeios dos EUA a embarcações que, segundo o governo Donald Trump, carregam drogas. Ao mesmo tempo, o chefe da Casa Branca volta a ventilar a possibilidade de fazer ataques terrestres contra os cartéis do fronteiriço México.

Segundo auxiliares de Lula, o encontro da Celac vai ter o combate ao crime organizado como eixo, levando em conta tanto os ataques americanos quanto a pressão para que o Brasil classifique facções como “terroristas” — algo refutado pelo governo e especialistas, por inibir investimentos e embutir riscos a vítimas. Vizinhos governados pela direita, a Argentina de Javier Milei e o Paraguai de Santiago Peña, encamparam a ideia e colocaram o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro comando da Capital (PCC) sob guarda-chuva do terror.

Na política interna, Lula viu a oposição que estava desalinhada se reagrupar em torno de uma pauta. O governador do Rio, Cláudio Castro (PL), deu aos demais governadores de direita o discurso de endurecimento no combate ao crime. Eles alicerçam essa retórica em pesquisas que apontam o aval da população a operações do tipo.

— Os países têm problemas sérios de segurança pública. A questão é como esse problema é utilizado politicamente. Em geral, o que está colocado hoje são as alternativas de repressão, e isso tem forte apelo político, já que a maioria da população atingida pela violência tem urgência — aponta o cientista político Thiago Rodrigues, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF). — Como as alternativas são sempre repressiva, e a população não tem referência de uma solução diferente, isso é uma falha do campo democrático, que não oferece respostas pragmáticas, imediatas.

Falta a políticos que não são da “direita belicosa”, avalia o pesquisador, apresentar soluções eficientes. Um caminho passaria pelo foco no poderio financeiro das facções, além de se atentar a crimes como roubos de rua.

— Não se pode mais abrir mão do debate de combate à criminalidade. Tem que falar de eficiência, não de coisas abstratas — frisa. — Pesquisas mostram que as pessoas estão preocupadas com roubo de celular, não só com homicídios.

Entre os países governados pela esquerda considerados no levantamento — a Venezuela ficou de fora por não ser uma democracia plena —, o México é o único em que a presidente, Claudia Sheinbaum, ostenta saldo confortável de aprovação. Nos demais, há empate entre o aval e o rechaço à gestão, casos de Lula e do uruguaio Yamandú Orsi, e também de desaprovação predominante, como na Colômbia de Gustavo Petro e no Chile de Gabriel Boric.

Em todos eles, termos relacionados à segurança encabeçam a lista de preocupações nas pesquisas. No Chile, que não tem histórico problemático com facções, a “delinquência” é mencionada por 60% como maior problema, e o governo Boric está mal avaliado. Os chilenos vão às urnas no próximo dia 16. A candidata apoiada pelo presidente, Jeannette Jara, é derrotada pela extrema direita nas sondagens de segundo turno.

— É interessante ver a própria ideologização do tema da segurança pública, algo bem comum na América Latina — indica a pesquisadora Marilia Carolina Souza Pimenta, professora do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp). — Isso nos remete à polarização, na qual se pretende fazer acreditar que governos de direita seriam mais combativos ao crime com as chamadas políticas de “mano dura”, hoje muito representadas pelo Bukele, de El Salvador, que tem feito essa exportação a outros países. (Com informações do portal O Globo)

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