Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 1 de dezembro de 2020
A taxa de transmissão (Rt) do coronavírus no Brasil é de 1,02, aponta monitoramento do Imperial College de Londres, no Reino Unido. Isso significa que cada 100 pessoas infectadas no País transmitem o vírus para outras 102. A atualização da estimativa foi divulgada nesta terça-feira (1º) e considera dados coletados até a segunda-feira (30).
Pela margem de erro das estatísticas, essa taxa pode ser maior (Rt de até 1,11) ou menor (Rt de 0,94). Nesses cenários, cada 100 pessoas com o vírus infectariam outras 111 ou 94, respectivamente.
Na semana passada, a taxa de transmissão estava em 1,30, a maior desde o fim de maio.
Os cientistas apontam que “a notificação de mortes e casos no Brasil está mudando; os resultados devem ser interpretados com cautela”.
Simbolizado por Rt, o “ritmo de contágio” é um número que traduz o potencial de propagação de um vírus: quando ele é superior a 1, cada infectado transmite a doença para mais de uma pessoa e a doença avança.
Números
O Brasil tem mais de 173 mil mortes por coronavírus e 6,3 milhões de casos confirmados, segundo levantamento do consórcio de veículos de imprensa a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde.
A média móvel nos últimos 7 dias foi de 35.468 novos diagnósticos por dia, a maior desde 6 de setembro – quando chegou a 39.356. Isso representa uma variação de 20% em relação aos casos registrados em duas semanas, o que indica tendência de alta nos diagnósticos.
OMS
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou que o Brasil precisa levar o aumento no número de casos de covid-19 a sério.
“O Brasil teve seu ápice em julho. O número de casos estava diminuindo, mas em novembro os números voltaram a subir. O Brasil precisa levar muito, muito a sério esses números. É muito, muito preocupante”, disse Tedros.
“Precisamos controlar os casos e manter os números baixos. Os países precisam atacar os casos que ressurgem para que eles não se propaguem. Essa é a recomendação para todos os países. Uma vez que você reduz o número de casos, você precisa manter esse número baixo”, completou a líder técnica da entidade, Maria van Kerkhove.
SRAG
Levantamento da Fiocruz apontou, pela primeira vez desde julho, uma tendência de aumento para todo o país nos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG), segundo a última atualização do boletim de monitoramento semanal Infogripe, do dia 24 de novembro.
As tendências de aumento nos casos já vinham sendo apontadas pela Fiocruz há várias semanas em um número crescente de capitais, mas esta é a primeira vez que esse aumento é sinalizado para todo o território brasileiro.
A última vez em que uma tendência de crescimento havia sido indicada foi na semana de 28 de junho a 4 de julho.