Ícone do site Jornal O Sul

Depois de registrar a marca “Steve Jobs”, dois italianos venceram o processo judicial aberto contra eles pela Apple

A dupla napolitana promete lançar produtos eletrônicos com a marca. (Foto: Reprodução)

Os irmãos italianos Giacomo e Vincenzo Barbato não têm dúvidas: a marca “Steve Jobs” pertence a eles, não à Apple, empresa de tecnologia criada pelo empreendedor norte-americano, nem aos herdeiros dele. A Euipo (European Union Intellectual Property Office), instituto que regulamenta a propriedade intelectual na União Europeia, concorda com  a dupla, tanto que lhes deu razão no processo judicial que enfrentaram e ganharam contra os gigantes da Califórnia.

Tudo começou em julho de 2012, quando os dois empreendedores decidiram registrar a marca com o nome do célebre pioneiro. “Queríamos criar algo inovador que fosse uma homenagem a um gênio do nosso tempo. Jobs é uma espécie de ‘Leonardo Da Vinci da modernidade’. Fizemos várias pesquisas de mercado e percebemos que a Apple ainda não havia registrado o nome do seu fundador”, Steve Jobs, falecido em outubro de 2011, aos 56 anos, vítima de um câncer pancreático.

“Nós o fizemos e, pouco tempo depois, recebemos quatro pastas recheadas de documentos e uma carta na qual se falava de US$ 1 bilhão de indenização por danos”, relembram os irmãos.

Segundo especialistas, danos estimados em 1 bilhão de dólares poderiam não representar nada se comparados às possibilidades futuras. Basta imaginar a comercialização de um smartphone da marca “Steve Jobs” utilizando o sistema Android, em vez de iOS, por exemplo, para se perceber o quanto poderia custar caro para a Apple, em termos de imagem, essa batalha perdida.

Questionamento

Os empreendedores italianos já anunciaram que a partir deste mês lançarão produtos eletrônicos com a sua marca. “Nos documentos que chegaram, a Apple ressaltou toda a ligação profissional existente entre a empresa e Steve Jobs. Estranhamente, a Apple não nos condenou pelo nome, mas sim pelo logotipo da nossa empresa”, dizem os irmãos.

“Eles contestaram duas coisas: o ‘J’, que parecia ser mordido exatamente como a maçã deles, e a elipse no ‘J’, que, segundo eles lembra uma folha. Nós, no entanto, criamos nosso logo estudando meticulosamente as normas vigentes. Uma letra não pode ser mordida, não é um fruto. Seriamos malucos se tivéssemos decidido entrar em conflito com a Apple. Foram eles que nos atacaram.”

“Agora, porém, criaremos uma linha de produtos eletrônicos de luxo com a marca Steve Jobs, respeitando sua filosofia e também a sua pessoa. Eles deveriam ter pensado nisso antes de nós. Hoje, existe apenas a Apple de Tim Cook, diferente daquela de Steve Jobs”, completa Barbato.

Depois de perder a causa em primeira instância na Europa, a Apple decidiu não ir adiante. Assim, os dois irmãos de Arzano, um município de 30 mil habitantes na província de Nápoles, começaram a ampliar as certificações de sua marca em todo o mundo, com atenção especial para países como a Rússia e a China. E essa é uma das razões pelas quais a noticia demorou a se difundir.

“Foi um processo muito caro, mas estamos convencidos de que em breve chegaremos a um breakeven (ponto de equilíbrio entre custos e ganhos). Fomos contatados por vários concorrentes da Apple para criar linhas específicas. Não sabemos se os concorrentes querem fazer isso por puro despeito, mas o mercado funciona assim. As estratégias são agressivas”, afirmam.

Sair da versão mobile