Segunda-feira, 06 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de outubro de 2025
A deputada federal Luizianne Lins (PT/CE) continua presa na prisão de Ketziot, no deserto de Negev, sul de Israel, após ser detida na interceptação de forças israelenses da flotilha humanitária que levava alimentos e medicamentos para a Palestina. As embarcações foram capturadas em águas internacionais.
Desde a detenção, o Itamaraty tem acompanhado o caso por meio da embaixada em Tel Aviv e mantém interlocução direta com as autoridades israelenses. A pasta afirmou que a ação de Israel viola direitos e coloca em risco a integridade de manifestantes em missão pacífica. O governo brasileiro reiterou ainda o apelo pelo levantamento imediato das restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza.
O episódio também mobilizou o Congresso. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), acionou o Itamaraty e pediu atenção especial ao caso, defendendo que as prerrogativas parlamentares de Luizianne e os direitos humanitários da delegação sejam plenamente respeitados.
— Estamos acompanhando com preocupação a situação que ela está passando no momento. Seguiremos hoje mobilizados para dar o apoio necessário para que ela retome sua viagem. Naquilo que pudermos apoiá-la, daremos total empenho nessa missão. Temos buscado seus assessores para entender o que ela está precisando — disse Motta, na quinta-feira.
Em nota, a assessoria da deputada classificou as detenções como ilegais e cobrou a libertação imediata da delegação brasileira. “Nenhuma ação solidária e amparada pelo direito internacional pode ser tratada como crime”, diz o texto, que também agradece as manifestações de apoio no Brasil e no exterior.
Brasileiros da flotilha fazem greve de fome
Quatro brasileiros que foram detidos por Israel a bordo da flotilha que tentava chegar até Gaza iniciaram uma greve de fome. As autoridades do governo de Benjamin Netanyahu ainda realizaram a primeira deportação de um integrante da delegação que saiu do Brasil.
Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles estão entre os brasileiros em greve de fome. No total, 14 brasileiros faziam parte da missão que tentava levar ajuda humanitária aos palestinos.
O brasileiro deportado é Nicolas Calabrese, professor de Educação Física e militante do PSOL. Cidadão argentino e também italiano, vive no Brasil há mais de dez anos. Ele foi deportado para a Turquia e o consulado italiano em Israel pagou sua passagem. Com informações dos portais Correio Braziliense e Uol.