Domingo, 15 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de junho de 2025
A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) afirmou na sexta-feira, 13, por meio de sua defesa, que “confia plenamente na autonomia e soberania tanto da Câmara dos Deputados quanto do governo italiano”. Foragida das autoridades brasileiras, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão, em regime inicial fechado, por invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O nome da deputada licenciada foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.
Antes de chegar à Europa, a deputada licenciada passou pelos Estados Unidos, para onde viajou depois de sair de Buenos Aires, na Argentina. Zambelli deixou o Brasil por Foz do Iguaçu (PR), e partiu dali até o país vizinho, no fim de maio.
“No tocante às informações amplamente divulgadas pelos meios de comunicação e pelo embaixador do Brasil na Itália, Renato Mosca, sobre suposta inclusão da parlamentar na lista vermelha da Interpol, possível pedido de extradição e eventual prisão preventiva, a defesa manifesta estranheza e repudia qualquer qualquer tipo de especulação”, afirma a nota da defesa da parlamentar.
Há uma semana, o ministro do Supremo Alexandre de Moraes mandou que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), fosse comunicado da perda de mandato de Zambelli.
A punição normalmente seria decidida pelos deputados. A jurisprudência do STF, porém, prevê que, se a pena for superior a 120 dias de prisão em regime fechado, o próprio tribunal pode determinar a medida porque, pela Constituição, o parlamentar perde o mandato se faltar a um terço das sessões.
O comunicado da defesa diz ainda que, “embora se mencionem tratados bilaterais de extradição, recordamos que a deputada Zambelli é cidadã italiana, gozando de todos os direitos garantidos por seu país e pela Comunidade Europeia, além de ser parlamentar brasileira em pleno exercício do mandato”.
Na semana passada, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Corte enviasse para o Ministério da Justiça e Segurança Pública todos os documentos necessários para a formalização do pedido de extradição de Zambelli.
Após o recebimento da documentação pelo Ministério da Justiça, caberá ao Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional, da Secretaria Nacional de Justiça, realizar a análise de admissibilidade da documentação.
A denúncia da Procuradoria-Geral da República afirma que Zambelli “comandou” e ajudou no “planejamento” do ataque cibernético. A invasão ocorreu em 2023 e foi emitido mandado falso de prisão contra Moraes. “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes”, dizia o papel falso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.