Quinta-feira, 05 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de junho de 2025
Investigadores que acompanham o caso da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) trabalham com a hipótese de que ela tenha deixado o País por uma rota terrestre que incluiu a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e a fronteira com a Argentina. Segundo apurações preliminares, Zambelli teria atravessado a divisa até a cidade de Puerto Iguazú, a apenas 16 quilômetros do centro de Foz do Iguaçu, antes de seguir rumo ao aeroporto internacional de Ezeiza, na província de Buenos Aires. De lá, ela embarcou com destino aos Estados Unidos.
Zambelli afirmou nessa terça-feira (3), em entrevista à Rádio Auriverde, que deixou o Brasil e está na Europa. Segundo a parlamentar, sua saída do País ocorreu inicialmente para tratar um problema de saúde. No entanto, ela também alegou estar sendo alvo de “perseguição judicial”, após ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A deputada reforçou que se sente injustiçada pelas decisões judiciais recentes e que está sendo vítima de uma campanha para silenciá-la politicamente.
Ainda nessa terça-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao Supremo Tribunal Federal a prisão preventiva da deputada federal. Segundo o órgão, a saída do País antes da conclusão do processo e a possível tentativa de se esquivar da Justiça configuram elementos suficientes para justificar a medida. Após a manifestação da PGR, caberá ao STF decidir se acata o pedido e determina a prisão de Zambelli.
O advogado da deputada, Daniel Bialski, confirmou que foi informado da viagem de sua cliente e disse que ela deixou o País “para dar continuidade a um tratamento de saúde”. Bialski afirmou ainda que, “por motivo de foro íntimo”, decidiu deixar a defesa da parlamentar, encerrando assim sua atuação no caso.
Zambelli deixou o País antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, Zambelli e Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir documentos falsos no sistema do CNJ, incluindo um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado por ele. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ. (Com informações do jornal O Globo)