Quinta-feira, 11 de dezembro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de dezembro de 2025
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a postura tomada pelo deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que ocupou a cadeira da Mesa Diretora da Casa Legislativa na noite de terça-feira (9). Ao discursar durante sessão plenária, Motta declarou que “deputado pode muito, mas não pode tudo”.
“Deputado pode muito, mas não pode tudo. Na democracia ele pode tudo dentro da lei e dentro do regimento, fora disso não é liberdade, é abuso”, declarou. O ato de Glauber foi uma forma de protesto à decisão do presidente da Casa, de pautar a análise do processo de cassação do deputado, que nessa quarta-feira (10) teve seu mandato suspenso por 6 meses pela Câmara.
“O presidente da Câmara não é responsável pelos atos que levaram determinadas cassações ao Plenário, mas é sim responsável por garantir o rito, a ordem e o respeito à instituição e eu não permitirei que regras sejam rasgadas e que a Câmara seja aviltada”, continuou Hugo.
Ele classificou como sua responsabilidade, “proteger a democracia do grito que cala” e disparou: “Quem tentou humilhar o legislativo, humilhou a si mesmo”.
Glauber foi retirado à força por agentes da polícia legislativa do plenário. O parlamentar realizou exames e disse que registraria um boletim de ocorrência contra o presidente da Casa.
“(O boletim) é contra a instituição, contra quem ordenou a ação da polícia legislativa, mais especificamente, melhor dizendo, contra o presidente da Câmara dos Deputados pela ordem que deu à Polícia Legislativa. A ordem partiu dele, a polícia quando chega lá, ela é evidente em dizer: a ordem é essa”, disse ao deixar a Casa Legislativa.
Suspensão
Já nessa quarta-feira, a Câmara dos Deputados aprovou a suspensão por seis meses do mandato do deputado Glauber Braga (Psol-RJ), por 318 a 141 votos e 3 abstenções. Foi aprovada emenda do PT que propôs a suspensão em alternativa à cassação do mandato defendida pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar.
Glauber Braga foi acusado pelo partido Novo de ter faltado com o decoro parlamentar ao expulsar da Câmara, em abril do ano passado, com empurrões e chutes, o então integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) Gabriel Costenaro. O incidente foi filmado.
Em sua defesa, Glauber afirmou que agiu contra Costenaro após sofrer perseguição por parte dele e por ofensas proferidas por ele contra sua mãe, que sofria com mal de Alzheimer avançado.
A decisão da Câmara pela suspensão do mandato do deputado foi viabilizada na noite dessa quarta-feira (10) com a aprovação do Projeto de Resolução 86/25. A norma já foi promulgada (Resolução 32/25).
Para aprovação da medida alternativa ou para a cassação, seriam necessários ao menos 257 votos dos parlamentares. Em uma primeira votação no Plenário, foi aprovada a preferência que substituiu a cassação que torna Glauber inelegível por uma suspensão de seis meses. Houve 226 votos para essa medida e 220 contra.
Diante do cenário, parlamentares que eram a favor de uma cassação entenderam que seria melhor uma conclusão do processo com punição do que uma eventual absolvição. As informações são da CNN, da Agência Câmara de Notícias e da Agência Brasil.