Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2025
Na tentativa de pressionar pela votação do projeto de anistia a investigados por tentativa de golpe no País, parlamentares da oposição passaram a madrugada dessa quarta-feira (6) ocupando os plenários da Câmara e do Senado. Apesar da ausência de sessões deliberativas e do frio que tomou conta das dependências, o grupo se intercalou em escalas de três em três horas e resistiu com café e pão de queijo.
“Teve cafezinho, pão de queijo. Está tudo bem e vamos continuar até pautar a anistia. Vai ter reunião de líderes, mas nós não vamos participar”, afirmou o líder da oposição na Câmara, deputado Zucco (PL-SC), indicando que a mobilização deveria continuar.
No Senado, a movimentação teve um tom diferente, com momentos de espiritualidade. Em uma videochamada conduzida pelo pastor Jorge Linhares, da Igreja Batista Getsêmani, senadores e deputados participaram de uma oração em prol da união e da proteção diante dos desafios políticos recentes. Entre os que participaram estavam Wellington Fagundes (PL-MT), Marcos Rogério (PL-RO), José Medeiros (PL-MT) e o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que já presidiu a bancada evangélica.
Parlamentares da base bolsonarista ocuparam de forma conjunta os plenários das duas Casas. A ideia consiste em mostrar unidade aos presidentes Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP).
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, esteve presente por volta das 5h. Ele já vinha participando das obstruções ao longo da terça.
Deputados como Gustavo Gayer (PL-GO), Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Sargento Fahrur (PSD-PR) também marcaram presença na mobilização, que busca manter a pressão sobre o governo e o Congresso para que o tema da anistia volte à pauta com urgência. As mulheres foram poupadas durante a noite: “De madrugada os homens de direita preservaram as mulheres. Foram só os homens, nós ficaremos durante o dia”, disse Bia Kicis (PL-DF).
O grupo também pressiona pelo impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, e pelo fim do foro privilegiado aos parlamentares.
Posteriormente, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), abriu a sessão do Plenário às 22h24 dessa quarta-feira (6), em meio ao protesto de deputados da oposição, que ocuparam a Mesa Diretora desde a terça-feira. Motta disse que abriu a sessão para garantir o respeito à Mesa Diretora, “que é inegociável”, e para que a Câmara possa se fortalecer. Não houve votações. A sessão havia sido convocada para as 20h30, depois de reunião do Colégio de Líderes.
“Até quando ultrapassamos o nosso limite, tem limite. O que aconteceu não foi bom, não foi condizente com nossa história, e só reforça que temos de voltar ao obedecimento do nosso Regimento, da Constituição e do bom funcionamento desta Casa”, disse Motta.
Já Davi Alcolumbre, após reunião com lideranças partidárias nessa quarta-feira (6), comunicou que haverá sessão deliberativa semipresencial do Senado nesta quinta-feira (7), às 11h. Serão analisadas propostas que ainda não puderam ser votadas devido à obstrução da oposição na Câmara e no Senado, como o projeto que mantém a isenção do imposto de renda para quem ganha até dois salários mínimos (PL 2.692/2025).
“Não aceitarei intimidações nem tentativas de constrangimento à Presidência do Senado. O Parlamento não será refém de ações que visem desestabilizar seu funcionamento. Seguiremos votando matérias de interesse da população, como o projeto que assegura a isenção do Imposto de Renda para milhões de brasileiros que recebem até dois salários mínimos. A democracia se faz com diálogo, mas também com responsabilidade e firmeza”, afirma o presidente do Congresso em comunicado à imprensa. As informações são do jornal O Globo, da Agência Câmara de Notícias e da Agência Senado.