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Brasil Desde o movimento das “Diretas Já”, o Brasil nunca teve uma virada no segundo turno da eleição presidencial

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Em 1994 e 1998, Fernando Henrique Cardoso venceu no primeiro turno. (Foto: EBC)

Desde 1989, na primeira eleição desde o processo de redemocratização do País, o eleitor brasileiro não viu viradas no segundo turno quando se trata de eleição presidencial. Foram cinco embates como o que veremos agora no segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).

Na primeira vez, o eleito foi Fernando Collor, pelo PRN. Após triunfar no primeiro turno, com 30,48% dos votos, ele venceu também o segundo, com 53,03%, em disputa com Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, que conseguiu, respectivamente, 17,19% e 46,97%.

Em 1994 e 1998, nem mesmo houve segundo turno, já que Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, venceu os dois pleitos presidenciais na primeira votação, com 55,22% (1994) e 53,06% (1998) dos votos.

Já em 2002, após ter ficado nas três eleições anteriores em segundo lugar, foi a vez de Lula triunfar, tanto no primeiro quanto no segundo turno, tendo conquistado 46,44% e 61,27% dos votos. Ele derrotou José Serra, do PSDB, que ficou com 23,20% e 38,73%, respectivamente.

Em 2006, após um primeiro turno acirrado, em que Lula liderou com 48,61% e foi seguido de Geraldo Alckmin, do PSDB, com 41,64%, a vitória no segundo turno ficou com o petista, com 60,83% contra 39,17% do peessedebista.

Na eleição seguinte, de 2010, a chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (então PMDB, atual MDB) obteve 46,91% no primeiro turno e 56,05% no segundo, batendo José Serra e Indio das Costa, que somaram 32,61% e 43,95%.

Por fim, em 2014, Dilma também liderou os dois turnos da corrida presidencial, com 41,59% e 51,64%, contra 33,55% e 48,36% de Aécio Neves.

Além deste histórico e de ter impulsionado seu partido nas disputas para vagas no Congresso Nacional (fez dele a segunda maior bancada), Jair Bolsonaro obteve 49.275.358 votos. Esse índice é o maior já obtido neste período por um candidato em primeiro turno. Os quem mais se aproximaram desta marca foram Dilma, com 47.651.434 em 2014, e Lula, com 46.662.365 votos.

“Diretas Já”

Os anos de 1984 e 1985 foram divisores de águas na História do Brasil, afinal eram os últimos momentos de uma ditadura militar que havia se iniciado há duas décadas. Diversos fatos simbolizam esse processo de abertura política, mas um dos mais importantes foi o movimento pelas “Diretas Já”.

O nome do movimento refere-se às eleições que ocorreriam em 1985 para a Presidência da República, para as quais os movimentos de oposição ao Regime Militar clamavam pelo voto direto.

As ações em busca do voto direto iniciaram-se no ano de 1983, através de um comício em Goiânia que contou com um público de aproximadamente 5 mil pessoas. Naquele momento, o governo do general João Baptista Figueiredo encontrava-se desgastado, sobretudo após as polêmicas envolvidas na apuração do atentado ao Riocentro, em 1981. Além disso, a alta inflacionária chegou a 211% naquele ano, com o consequente arrocho salarial, contribuindo para a desaprovação popular em relação a seu governo.

Nesse contexto, os movimentos de oposição passaram a lutar por eleições diretas para o cargo de presidente da República. Tal demanda foi formalizada no Congresso através da Emenda Dante de Oliveira e obteve adeptos até mesmo nas bases parlamentares do governo militar. A partir do apoio de diversos partidos políticos – dentre eles o PMDB e o PT – e organizações sociais e sindicais, o movimento obteve força para levar novamente o povo às ruas.

Apesar de seu rápido crescimento, o movimento pelas “Diretas Já” não havia conseguido a maioria dos votos para a aprovação da emenda e, por isso, buscava viabilizar a eleição mesmo que fosse indireta de um de seus candidatos. Contavam com o apoio de dez governadores que haviam sido eleitos em 1982, na primeira eleição direta para o cargo dede 1965. Dentre elas, estavam o governador de Minas Gerais, Tancredo Neves (PMDB), e o governador do Rio de Janeiro, Leonel Brizola, que viriam a ser peças-chave do movimento.

Em fevereiro de 1984, uma caravana sob as lideranças de Doutel de Andrade, Lula e Ulysses Guimarães começou a percorrer o Brasil, passando por quinze estados (da região Norte, Nordeste e Centro-Oeste) em um total de 22 mil quilômetros. A caravana chegou a mobilizar aproximadamente 1 milhão de pessoas e teve como tema a cor amarela, que passou a ser utilizada nas roupas e nos adereços dos manifestantes, que totalizariam quase 3 milhões de pessoas se somados os comícios de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Porto Alegre

Apesar da força do movimento, o Congresso sob o comando dos militares resistiu e em 26 de abril de 1984 a Emenda Dante de Oliveira foi rejeitada, adiando o fim do regime militar para janeiro do ano seguinte.

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