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Economia Destaque da semana: para atender a classe média, governo muda modelo de crédito imobiliário

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No novo modelo, o montante disponível para o crédito subirá para 80%, com redução do porcentual compulsório para até zero. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

A falta de recursos e o juro alto nos financiamentos da casa própria atingem principalmente a classe média, que anda aborrecida pela perda no poder de compra nos últimos anos. Como uma solução estrutural para resolver o problema, o governo Lula apresentou, em São Paulo, um novo modelo de crédito imobiliário.

Esse modelo será implantado gradualmente, ao longo de dez anos. Ele mudará as regras sobre o que os bancos podem fazer com os recursos depositados na caderneta de poupança. Hoje, 65% dos recursos das cadernetas precisam ser direcionados para o crédito imobiliário, enquanto 20% ficam parados para dar segurança e liquidez ao sistema — os chamados depósitos compulsórios — e 15% são de uso livre pelos bancos.

No novo modelo, o montante disponível para o crédito subirá para 80%, com redução do porcentual compulsório para até zero.

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que a limitação da fonte de recursos (funding) para os financiamentos vinha restringindo a expansão do mercado imobiliário, o que exigia uma mudança estrutural para garantir o crescimento sustentável do setor.

“Eu não quero uma solução paliativa, eu não quero uma solução que a vida das pessoas vai melhorar em um momento para, em seguida, darmos passos para trás. Eu quero uma solução estrutural”, declarou, atribuindo essa diretriz ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com quem compartilhou o palco.

Funcionamento

A partir de agora, a cada real que destinar ao crédito imobiliário, o banco será autorizado a tomar o mesmo valor da caderneta para aplicar de forma livre. A lógica é estimular os bancos a ampliar o financiamento habitacional para terem o direito de pegar recursos da caderneta e abastecer outras linhas em que lucram mais (cheque especial, consignado, financiamento veicular etc), em vez de deixar o dinheiro parado na forma de compulsórios.

Nesse novo modelo, o banco vai conceder o financiamento à população com base em recursos obtidos por conta própria no mercado. A forma mais comum é via emissões de Letras de Crédito Imobiliário (LCIs). Portanto, a caderneta deixará de ser a fonte original do crédito concedido, mas uma referência.

O novo modelo passará a valer em janeiro de 2027. Até lá, haverá uma fase de transição, que começa agora. Nesta fase, os compulsórios cairão de 20% para 15% desde que os bancos usem os recursos para atender o crédito imobiliário.

A partir de 2027, esse montante será reduzido no ritmo de 1,5 ponto porcentual por ano, até chegar a zero. A exigência do depósito compulsório, em si, não deixará de existir. O porcentual só irá a zero sob a condição de os banco usarem o dinheiro para financiar a habitação. Caso contrário, o dinheiro continuará retido.

“Ao fim de dez anos, todo o saldo de recolhimento compulsório poderá ser deduzido pelas instituições financeiras, ou seja, não recolhido ao Banco Central, desde que o correspondente volume de operações de crédito imobiliário foi originado”, explicou o chefe adjunto do departamento de regulação do BC, Felipe Derzi, durante entrevista coletiva à imprensa para detalhar as medidas.

Valor máximo

Para contar com a flexibilização nas regras de uso do dinheiro da poupança, os bancos devem se comprometer a destinar 80% dos recursos no Sistema de Financiamento Habitacional (SFH), com taxa de juros máxima de 12% ao ano, enquanto os 20% restantes poderão ir para o Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), sem limite para as taxas. Outra novidade anunciada nesta sexta-feira foi a elevação do valor máximo do imóvel financiado no SFH, que passou de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.

O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Mello, afirmou em entrevista coletiva que essa medida representa “uma mudança estrutural na forma de utilização da poupança no Brasil”, uma vez que o novo sistema passará a ser baseado em funding de mercado.

Mello explicou que o funding da poupança tem se reduzido ao longo do tempo, tanto por razões conjunturais, quanto o ciclo de juros mais altos, quanto por fatores estruturais, como o avanço da educação financeira e a facilidade de aplicações em produtos de investimento digital. “Havia um cenário de escasseamento do funding da poupança, o que exigia repensar a forma de utilizá-lo para gerar mais crédito imobiliário, especialmente para a classe média”, disse. (Com informações do portal Estadão)

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https://www.osul.com.br/destaque-da-semana-para-entender-a-classe-media-governo-muda-modelo-de-credito-imobiliario/ Destaque da semana: para atender a classe média, governo muda modelo de crédito imobiliário 2025-10-11
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