O presidente Jair Bolsonaro, há três semanas, falou em colapso nos ministérios por falta de dinheiro. Gesto corajoso que antecessores não tiveram. A conta do governo federal não fecha e, pior, com a possibilidade muito reduzida de crescimento da receita. Porém, Bolsonaro não quer penalizar a população com mais tributo. Nesse sentido, tem apoio do Congresso.
Pegou o caminho errado
O secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, no final de 2018, passou a insistir na fórmula costumeira e mais fácil: a recriação da CPMF. Agora, em rota de colisão, estourou no lado mais fraco. Contra ficaria no cargo se ajudasse, com experiência e criatividade, a cortar desperdícios.
Rombo no caixa
Com déficit projetado de 5 bilhões e 200 milhões de reais, o Executivo entregou o orçamento de 2020 à Assembleia Legislativa, que costuma fazer uma análise sem profundidade, antes de votar.
A situação fiscal dos estados tornou-se gravíssima. Se os gastos públicos não forem contidos, não haverá a mínima chance para volta do crescimento da economia a taxas robustas, como é o desejo de todos os brasileiros, sobretudo os 12 milhões e 800 mil desempregados.
Competição
Será mais fácil encontrar uma agulha no palheiro do que um Estado com orçamento sem déficit para o próximo ano. O rombo não pára de aumentar.
Agrado
O Executivo estadual descobriu o caminho dos favores. A exemplo do que acontece em Minas Gerais, pretende oferecer a chance de os deputados estaduais encaminharem emendas. Quer dizer, reservar recursos do orçamento para sejam distribuídos pelos parlamentares em bases eleitorais.
Rejeição
No primeiro momento, a reação da maioria das bancadas à existência de emendas foi contrária. A função da Assembleia é redigir leis e fiscalizar o Executivo. O benefício poderia se voltar contra a imagem de deputados.
Único recurso
A outrora Prefeitura de Porto Alegre, que tinha orçamentos superavitários, deu ontem um passo para sair da penúria. Sem dinheiro para investimentos, teve aceita pela Câmara Municipal, com larga margem, a proposta de vender e trocar seus imóveis por construções de prédios necessários à administração. Foram 21 votos a favor e 10 contrários.
No abandono
O setor que cuida do patrimônio da Prefeitura de Porto Alegre perdeu a conta dos terrenos e imóveis invadidos e que jamais serão recuperados. Muitos outros prédios estão fechados ou alugados por valores irrisórios.
Faltam 12 dias
Há expectativas sobre o discurso do presidente Jair Bolsonaro, dia 24, na tribuna da Organização das Nações Unidas. Uma delas: o que dirá sobre a repercussão mundial das queimadas na Amazônia. Outra: até que ponto vai se ater ao texto que levará por escrito e o número de improvisos.
Mistura estranha
A executiva nacional escolheu os deputados Lucas Redecker e Alexandre Frota para serem vice-líderes do PSDB na Câmara.
Inacreditável
Até ontem, Leonardo Azeredo dos Santos era apenas um dos procuradores de Justiça do Estado de Minas Gerais. Agora, ganha uma lamentável promoção com o que disse:
“Me desculpe o desabafo, eu estou fazendo a minha parte. Eu estou deixando de gastar 20 mil reais de cartão de crédito e estou passando a gastar 8 mil, para poder viver com os meus 24 mil. Como é que o cara vai viver com 24 mil reais?”.
É pouco?
Nos primeiros sete meses do ano, o procurador Leonardo Azeredo dos Santos recebeu o total de 562 mil reais.
Período curto
A 12 de setembro de 1962, o gaúcho Francisco Brochado da Rocha renunciou ao cargo de primeiro-ministro do governo João Goulart, que exerceu por 60 dias. Compareceu ao Congresso às 2 horas da madrugada, depois de crise em que tentou antecipar o plebiscito sobre o fim do parlamentarismo. Depois do anúncio, viajou a Porto Alegre.
Experiência ensina
Crescimento não é o problema, mas a solução.