Segunda-feira, 09 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de novembro de 2015
A presidenta Dilma Rousseff deve cancelar as viagens que faria na semana que vem ao Japão e ao Vietnã. A participação dela na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), na França, contudo, está mantida.
Dilma deve decidir sobre o cancelamento da ida ao Japão e ao Vietnã até o final da tarde desta sexta-feira (27).
De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, Dilma apresentaria aos empresários dos dois países asiáticos o Plano de Investimento em Logística (PIL) e buscaria atrair investimentos para a área de infraestrutura do país.
O cancelamento ocorre em meio a turbulências que vive o Palácio do Planalto. Nesta semana, o líder do governo do Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), foi preso pela Polícia Federal na Operação Lava-Jato. Além disso, o Executivo tenta aprovar no Congresso Nacional as medidas de ajuste e a revisão da meta fiscal deste ano.
De acordo com um interlocutor do Palácio do Planalto, o cancelamento da viagem, caso confirmado, se deve, principalmente, às discussões em torno da pauta econômica na próxima semana.
“[O cancelamento é] em função dessas preocupações em tomar decisões orçamentárias”, disse este interlocutor.
Segundo outro auxiliar da presidenta, a decisão foi tomada sob a avaliação de que, com a presidenta no Brasil, o governo ganharia força e passaria imagem ao Congresso de que está preocupado com a aprovação da revisão da meta e do ajuste fiscal.
No início da tarde desta sexta, o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, foi avisado pela presidenta Dilma de que ela havia decidido cancelar a viagem à Ásia.
Segundo assessores palacianos, Dilma comunicou a ele que editaria decreto sobre programação orçamentária e financeira atualizada e com novo contingenciamento do Orçamento.
COP 21
A participação de Dilma na COP 21 está prevista para a próxima segunda-feira, 30 de novembro. No país europeu, ela discursará e apresentará medidas adotadas pelo Brasil com o objetivo de reduzir o desmatamento e a missão de gases do efeito estufa.
Dilma iria ao Japão e ao Vietnã logo após a participação na conferência.
Para a COP 21, o governo brasileiro preparou documento para explicar aos líderes mundiais as ações que têm sido desenvolvidas desde que houve o desastre em Mariana (MG).
O rompimento de barragens na cidade mineira resultou na morte de pelo menos 13 pessoas, deixou moradores da cidade desabrigados e resultou em uma lama que atravessou o Rio Doce e chegou ao mar no Espírito Santo. (Filipe Matoso e Fabiano Costa/AG)