Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 28 de março de 2016
Sob intenso cerco político, Dilma Rousseff deixou impressionados os ministros com quem conversou nessa semana. Não sem motivo: com uma frieza a toda prova, ela expôs planos de governo para os próximos dias, meses e até para 2018. “Podem ficar tranquilos porque eu aguento bem a pressão. Sou resistente”, disse a presidenta, ainda gripada, em uma das reuniões com a equipe.
Sem tempo, Dilma trocou a leitura frenética de livros pela análise minuciosa de mapas de votação na Câmara dos Deputados, onde uma comissão com 65 parlamentares definirá o destino do impeachment. Ampliou o escopo, mirando em mais do que os 171 votos necessários para barrar o processo no plenário e exibiu habilidade em decorar o Estado de cada deputado a ser fisgado.
A ordem é abrir o cofre, atender os aliados fiéis, desalojar os “traidores” e dividir o PMDB, que nesta terça-feira deve oficializar o divórcio do governo. Na estratégia do “tudo ou nada”, Dilma partiu para o varejo das negociações políticas, virou uma espécie de “ouvidora” dos insatisfeitos, coisa que sempre abominou, e montou um gabinete de crise permanente.
Lula
O ex-presidente Lula, que teve a nomeação como chefe da Casa Civil suspensa e aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal para saber se poderá assumir o cargo, atua de longe na coordenação geral dos trabalhos, sem pisar no Planalto.
(AE)