Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2015
A presidenta Dilma Rousseff disse, na quarta-feira, que, a despeito da crise que assola o País, vê “luz no fim do túnel”, desde que o Congresso Nacional também faça a sua parte na apreciação dos vetos presidenciais. “Estou vendo luz no fim do túnel, mas o Congresso Nacional tem de mostrar seu compromisso com o País”, afirmou a mandatária, na Bahia, onde cumpriu agenda em cerimônia de entrega de moradias do Minha Casa, Minha Vida.
Ao falar da análise dos vetos presidenciais, ela mandou um recado aos parlamentares, ressaltando que é importante que deputados e senadores coloquem os interesses do País acima dos partidários e pessoais. “É fundamental que os interesses do Brasil sejam preservados.” E voltou a alertar que é impossível, neste momento de crise, o Brasil aumentar desproporcionalmente as suas despesas.
Na terça-feira, por falta de quorum, a sessão conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado para análise dos vetos foi mais uma vez adiada. Entre os itens polêmicos está o que suspende o reajuste salarial de até 78,56% para os servidores do Judiciário e o veto à correção das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo com ganhos reais.
Dilma fez uma analogia com as donas de casa, afirmando que elas sabem que, nos momentos difíceis, é preciso conter as despesas de suas casas. Apesar do recado aos parlamentares, ela disse crer que o Congresso irá demonstrar esse compromisso com o Brasil.
Sobre as pressões que vem recebendo, principalmente de setores da oposição e da sociedade, que defendem seu impeachment ou sua renúncia, a presidenta disse que “a democracia brasileira é forte o suficiente para prevenir que variantes golpistas tenham espaço no cenário político brasileiro”.
Na sua avaliação, é impossível achar que se faz um serviço à democracia, “tentando métodos para encurtar a chegada ao governo, pois o único método reconhecido para se chegar ao governo é o voto direto nas urnas”. E repetiu que o Brasil tem uma democracia robusta e instituições fortes que prezam a liberdade de opinião e expressão.
A mandatária também afirmou que o País precisa voltar a crescer, gerar empregos e melhorar suas oportunidades. “O desafio duplo é reequilibrar o orçamento e manter programas sociais e investimentos.” Mesmo admitindo que a inflação tem crescido, ela disse que a tendência é de queda, “fato reconhecido até mesmo pelo mercado”, e que sua gestão tem feito todos os esforços nesse sentido. (AE)
