Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de abril de 2016
Com o revés sofrido com o apoio do PP ao impeachment, a presidenta Dilma Rousseff e o seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, definiram na noite de terça-feira (12) que a estratégia a partir de agora será aumentar dissidências dentro dos partidos da base aliada, fazendo uma ofensiva individual sobre deputados federais tanto indecisos quanto definidos.
Na divisão de tarefas esboçada em jantar, promovido no Palácio do Alvorada, o Palácio do Planalto ficaria responsável por avançar sobre as bancadas do PP, PR e PSD. Hoje, o governo calcula contar nessas siglas com cerca de 40 votos. A ideia é aumentar em pelo menos dez esse total nas três legendas, entre votos, ausências ou abstenções. Para isso, a ordem é agilizar as nomeações em cargos de segundo e terceiro escalões.
Em outra frente, caberia ao ex-presidente avançar sobre os demais partidos, sobretudo naqueles onde há menor resistência para traições de última hora. O petista também ficaria responsável pelo PMDB. Segundo auxiliares e assessores da presidenta, não há mais a garantia, dada pelo líder Leonardo Picciani (RJ), de que o partido entregaria pelo menos 25 votos contra o impeachment.
O Planalto calcula garantir 16 votos do partido, mas aliados do vice-presidente Michel Temer avaliam que hoje o número seja bem menor, de no máximo dez. Por isso, os três ministros da sigla que detêm mandatos na Câmara dos Deputados – Celso Pansera (Ciência e Tecnologia), Marcelo Castro (Saúde) e Mauro Lopes (Aviação Civil) – devem se licenciar para participar da votação no domingo (17).
Caso o impeachment seja aprovado e o processo passe para o Senado, a ideia é que os ministros Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia) façam o mesmo. A decisão do PP pegou a presidenta de surpresa e mudou o humor do governo, que passou a temer a possibilidade do impeachment ser aprovado no plenário da Câmara. (Gustavo Uribe e Valdo Cruz/Folhapress)