Quinta-feira, 13 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2016
Em estratégia para obter apoio internacional contra o impeachment, a presidenta Dilma Rousseff embarcou na manhã desta quinta-feira (21) para Nova York (EUA) a fim de participar da assinatura do Acordo de Paris, na sede da ONU (Organização das Nações Unidas). O vice-presidente Michel Temer assumiu a Presidência da República até que a petista retorne, no sábado (23). Ele decidiu, no entanto, permanecer em São Paulo, onde está desde o início da semana.
Durante a viagem aos EUA, a petista pretende reforçar a tese de que o pedido de impeachment dela é um “golpe de Estado”. Segundo assessores, ela não deixará de “denunciar” que a abertura do processo de afastamento foi aprovado sem haver um crime de responsabilidade caracterizado. Ela pode, inclusive, incluir referências sobre o caso no discurso que fará na cerimônia de assinatura do acordo climático, mas o assunto não será o tema central da fala da petista.
Um assessor presidencial disse que a petista não fará um “discurso panfletário” na ONU, focando sua fala no tema da mudança climática, mas deve fazer citações “elegantes” e “sutis” a respeito do processo de impedimento que tramita contra ela no Congresso Nacional. Segundo o auxiliar, ela “vai se posicionar” sobre o impeachment em falas à imprensa nacional e internacional, mas quer aproveitar o evento também para capitalizar o fato de o Brasil ter tido papel importante nas negociações sobre o acordo de Paris.
O discurso da presidenta na ONU foi preparado pela assessoria internacional do Palácio do Planalto sem referências ao impeachment. Nele, Dilma vai dizer que o acordo de Paris “é só o começo” e “há uma longa caminhada pela frente” para implantá-lo. (Folhapress)