| Dilma oferece jantar a senadores para pedir apoio a medidas do governo
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2015
A presidenta Dilma Rousseff se reuniu com os senadores da base aliada em um jantar no Palácio da Alvorada. Segundo auxiliares, o encontro foi um gesto de aproximação em que Dilma pediu apoio a medidas do governo.
A reunião aconteceu às vésperas de o Senado votar projetos caros ao Palácio do Planalto, como o que reduz a desoneração da folha de pagamentos, última medida do ajuste fiscal que requer aprovação do Congresso, e o reajuste dos salários dos servidores do Judiciário, que a mandatária pediu pessoalmente para ser adiado, devido ao impacto que trará às contas da União.
Dilma também quis sentir a temperatura dos aliados sobre uma possível aprovação de MP (medida provisória) que crie uma alternativa ao fator previdenciário.
O governo deve apresentar na quinta-feira (18) uma MP para criar um cálculo progressivo das aposentadorias em substituição à fórmula 85/95, aprovada pelo Congresso e que deve ser vetada pela presidenta.
Uma das ideias é fixar como ponto de partida o próprio dispositivo 85/95, como querem as centrais sindicais, e elevá-lo gradualmente até atingir 90/100 ou 95/100 – o número final ainda está sendo estudado.
O vice-presidente Michel Temer e o ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, também estiveram presentes no jantar com aliados.
O encontro estava marcado para segunda-feira, mas precisou ser adiado em razão da agenda da presidenta.
Acordo
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que um eventual impedimento da chefe do Executivo às mudanças no cálculo do fator previdenciário poderá ser analisado pelo Congresso no dia 14 de julho, caso haja acordo com a Câmara dos Deputados. “A apreciação do veto é hoje uma obrigação constitucional. Nós vamos apreciar o veto no dia 14 de julho, se houver acordo com a Câmara, porque nós anteciparemos essa apreciação. Se não houver acordo com a Câmara, nós vamos apreciar o veto apenas em agosto”, disse Calheiros, após se reunir com representantes de centrais sindicais no Senado.
O texto aprovado no Legislativo dentro da MP do ajuste fiscal estabelece a chamada “fórmula 85/95”, que permite a aposentadoria integral quando a soma da idade e do tempo de contribuição atingir 85 (mulheres) ou 95 anos (homens). Na avaliação do governo, a mudança significa mais despesas e poderá representar um rombo ainda maior na Previdência no longo prazo. “Eu, sinceramente, espero que não haja o veto. […] Como houve uma decisão indiscutível, tanto de uma Casa como da outra, é fundamental que nós tenhamos uma data firme para apreciar o veto, se for o caso, que eu espero que não seja”, complementou o parlamentar.
Mobilização
Também na terça-feira, os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Paulo Paim (PT-RS) lançaram uma campanha de mobilização para que Dilma não vete a mudança promovida pelo Congresso no fator previdenciário. Durante o ato, Pinheiro afirmou que, caso a chefe do Executivo opte por vetar a mudança, os senadores farão outra campanha, desta vez para derrubar o veto presidencial.
“O governo não apresentou qualquer proposta alternativa e há possibilidade de veto presidencial à emenda da fórmula 85/95, aprovada na Medida Provisória 664. A ideia é mobilizar o Congresso Nacional e a sociedade como um todo para se juntar a esta campanha”, destacou o senador baiano. “Eu ainda acredito que a presidenta Dilma vá atender este apelo e não será necessário fazer a segunda mobilização que é pela derrubada do veto. Mas, se ela vetar, a partir de amanhã [hoje] começa a segunda mobilização aqui no Congresso”, concluiu.
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