Brasil Dilma pode renunciar ao cargo na sexta-feira, afirma o jornal O Globo
Por Redação O Sul | 3 de maio de 2016
A presidenta Dilma Rousseff está possivelmente decidida a enviar ao Congresso Nacional uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para a realização de novas eleições diretas presidenciais em outubro deste ano.
De acordo com o jornal O Globo, que noticiou a hipótese, ela estaria planejando um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV na noite de sexta-feira, pouco mais de uma semana antes de o Senado votar se aceita o processo de impeachment contra a petista.
Durante a fala, Dilma anunciaria a intenção de renunciar ao seu mandato, pedindo que o vice-presidente Michel Temer também abrisse mão do cargo, a fim de deixar o caminho livre para que o País escolhesse um novo chefe do Executivo no mesmo pleito que definirá prefeitos e vereadores em todo o País, daqui a seis meses.
Para se aprovar uma PEC, são necessários 3/5 dos votos (308 na Câmara e 49 no Senado), em duas votações nas Casas.
Ainda segundo a publicação, o plano da petista não conta com o apoio unânime de sua equipe de ministros da presidenta. A resistência também estaria partindo dos movimentos sociais.
Temer e sua equipe já estariam a par da possibilidade de uma cartada final por parte de Dilma. Na semana passada, líderes oposicionistas rechaçaram a possibilidade de novas eleições presidenciais, com mandato-tampão de dois anos até 2018.
“Último gesto”
Nessa segunda-feira, o senador Jorge Viana (PT-AC) defendeu a necessidade de que Dilma assuma a frente política do movimento pela antecipação da eleição presidencial. Na sua avaliação, este seria um último gesto da presidenta antes de ser afastada pela comissão especial do Senado no processo de impeachment. “O colegiado é um faz-de-conta que já está destinado a afastá-la”, justificou ele.
“O ideal é que Dilma se propusesse a antecipar a eleição presidencial e que houvesse um entendimento com o Congresso”, avaliou. “O impeachment não é a solução para a crise, mas uma nova eleição poderia pacificar o País.”
O senador petista conversou sobre o assunto com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na semana passada e admitiu que é preciso haver uma mudança da atual situação política para se aprovar uma PEC neste sentido. Ele reconhece, porém, que nem mesmo os movimentos sociais, dentre eles o MST. (AG)
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