Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 10 de setembro de 2015
A presidenta Dilma Rousseff afirmou que a meta fiscal de 2016 está mantida em um superávit primário de 0,7% do PIB e só será possível cobrir o déficit previsto na proposta do Orçamento do próximo ano se houver aumento de receitas com elevação de tributos. “Mantidos os compromissos que assumimos no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento] e olhando os demais, você não tem margem para cumprir 0,7% [de superávit primário], então, inequivocamente, teremos de ter ampliação da receita”, disse Dilma em entrevista publicada pelo jornal Valor Econômico.
Segundo a presidenta, é responsabilidade do governo “dizer onde, quando e como” se dará esse aumento de receitas, e isso ainda está sendo avaliado. “Não fecha sem aumento de receitas”, disse, acrescentando que o governo ainda vai “enxugar mais um pouco” os gastos. Nos últimos dias, integrantes do governo têm falado sobre a possibilidade de aumento do Imposto de Renda das pessoas físicas, a criação de um imposto provisório e da elevação de alíquotas de tributos, como a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). Mas Dilma avaliou que o aumento da Cide não seria suficiente e traria um forte impacto inflacionário.
Perguntada sobre o rebaixamento do rating soberano do Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s para “BB+”, o que significa a perda do selo de bom pagador, Dilma afirmou que “o governo brasileiro continua trabalhando para melhorar a execução fiscal e torná-la sustentável”. “Você vai notar que de 1994 a 2015, só em sete anos, a partir de 2008, a nota foi acima de BB+. Portanto, essa classificação não significa que o Brasil esteja em uma situação em que não possa cumprir as suas obrigações. Pelo contrário, está pagando todos os seus contratos, como também temos uma clara estratégia econômica”, destacou a presidenta.