Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2015
A presidente Dilma Rousseff reuniu nesta quarta-feira (19) empresários de diversos setores para tratar, oficialmente, das questões relativas à visita da chanceler alemã, Angela Merkel, ao Brasil. Ela chega à capital nesta noite com uma delegação robusta, de sete ministros e cinco secretários de Estado da Alemanha, e a petista pediu que fossem convidados ao Palácio do Planalto os empresários brasileiros que tivessem interesses no país europeu.
Nos bastidores, aliados dizem que Dilma vai aproveitar o encontro para pedir “confiança” do empresariado em sua política econômica, no esforço de sair da crise que acomete seu governo.
Na lista de convidados para a reunião estavam Jorge Gerdau, da Gerdau; Ricardo Villela Marino, do Itaú; Wesley Mendonça Batista, da JBS, entre outros.
Os três, porém, não foram a Brasília e Dilma recebeu, ao lado de seis ministros, doze empresários, como Benjamin Steinbruc, da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Carlos Fadigas, da Braskem, e Rubens Ometto, da Cosan.
Acompanham o encontro os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento), Aloizio Mercadante (Casa Civil), Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Katia Abreu (Agricultura) e Mauro Vieira (Relações Exteriores).
AGENDA AMPLIADA
Na tentativa de dar publicidade aos atos de Dilma e de outros ministros, a Secom (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) começou nesta quarta (19) a divulgar um resumo dos compromissos não só da presidente, mas de outras autoridades.
O chamado “Briefing Diário” busca propagandear atos do governo no momento em que o Planalto se mobiliza para tentar sair da paralisia em que chegou após o agravamento da crise política econômica.
O movimento começou na semana passada, com a atração do PMDB do Senado e de empresários, e continuou com a divulgação de medidas para o setor industrial e reuniões atípicas com aliados antes considerados laterais.
Nos últimos três dias, a presidente viu surgir em sua agenda doze compromissos, alguns inclusive fora da programação oficial, como uma aparição rápida –e de surpresa– na casa do deputado Rogério Rosso (PSD-DF), nesta terça-feira (18), para comemorar o aniversário do ministro Gilberto Kassab (Cidades).
Na segunda-feira (17), a petista ofereceu um jantar no Palácio do Alvorada a dez deputados vice-líderes de partidos aliados ao governo na Câmara, em mais uma aceno ao Legislativo. O gesto, assim como a presença na casa de Rosso, foi um esforço de Dilma para se aproximar da base, movimento pouco comum durante todo o seu primeiro mandato.
Com popularidade baixíssima –apenas 8% da população aprovam seu governo, segundo pesquisa Datafolha–, Dilma iniciou uma maratona que, só nesta quarta, conta com seis compromissos, todos listados em uma espécie de “resumo do dia do governo”, entregues a jornalistas pela manhã.
Até esta terça, a Secom costumava distribuir apenas a agenda da presidente, mas agora a lista é acompanhada dos eventos e entrevistas que acontecerão ao longo do dia em outros ministérios, junto com uma pequena explicação sobre cada um deles.
A avaliação do Palácio do Planalto é que centralizar a divulgação das agendas importantes do dia pode facilitar o acesso da imprensa às ações positivas do governo, que antes ficavam “descentralizadas” nos ministérios.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um dos principais entusiastas dessa mudança de postura da presidente e, consequentemente, de sua equipe.
Na última reunião que tiveram juntos, no sábado (15) na Granja do Torto, o petista repetiu que Dilma precisa “sair do gabinete”, “viajar”, “entregar obras” e “mostrar o que o governo está fazendo”. (Folha)