Por Redação O Sul | 15 de fevereiro de 2016
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes afirmou nesta segunda-feira (15), em São Paulo, que dinheiro desviado da Petrobras poderá ser usado para financiar as eleições municipais deste ano. Para o magistrado, “certamente haverá tentativas de burlar a legislação” no próximo pleito.
“Se de fato houve apropriação de recursos ilícitos em montantes muito significativos, pode ser que esses recursos venham para as eleições em forma de caixa 2 ou até na forma disfarçada de caixa 1, porque nós vamos ter doação de pessoas físicas. Pode ser que recursos sejam dados a essas pessoas para que elas façam a doação aos partidos políticos ou aos candidatos”, afirmou, em evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Na visão do ministro, “será um desafio” coibir o caixa 2 no próximo pleito, o primeiro depois da proibição do financiamento privado de campanha. Mendes, que assume a presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio, foi voto vencido no julgamento sobre o tema no STF, em setembro do ano passado.
O magistrado pediu ajuda à sociedade na fiscalização dos recursos nas próximas eleições, que escolherão prefeitos e vereadores. Ele reconheceu que a Corte não possui fiscais para dar atenção a todos os municípios brasileiros. “Não dispomos de fiscais na Justiça Eleitoral para dar atenção a todos os 5.800 municípios. A própria sociedade terá que fiscalizar”, comentou. (AG)
