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Brasil Diplomação em São Paulo tem pancadaria, vaias ao PT e gritos de “cadê o cheque Bolsonaro?”

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O deputado federal eleito Alexandre Frota (PSL-SP) dá um empurrão no ativista do movimento negro Jesus dos Santos (PSOL-SP), eleito para um mandato coletivo durante diplomação. (Foto: Reprodução/Vídeo)

O que costuma ser uma protocolar e burocrática cerimônia de entrega de diplomas para os políticos eleitos virou uma confusão na Sala São Paulo, Centro da capital paulista, na tarde desta terça-feira (18). Houve um princípio de briga entre o deputado federal Alexandre Frota (PSL) e o ativista do movimento negro Jesus dos Santos (PSOL), escolhido para um mandato coletivo na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo).

A cerimônia corria dentro do protocolo até a entrega dos diplomas aos deputados estaduais do PT. Eles foram vaiados pela plateia e responderam fazendo um L com os dedos indicador e polegar, o símbolo de “Lula livre”. Políticos que aguardavam seus diplomas, entre senadores, deputados estaduais e federais, se dividiram entre aplausos e vaias. O polo das manifestações passou de Lula a Bolsonaro quando começaram gritos de “mito”, apelido do presidente eleito, e “Bolsonaro, cadê o cheque do motorista”, uma referência às movimentações suspeitas nas contas do motorista do senador Flávio Bolsonaro.

A confusão maior aconteceu durante a entrega do diploma para Mônica Seixas (PSOL), eleita como representante de um mandato coletivo com outras oito pessoas para a Alesp. Quando um dos outros integrantes do grupo, o ativista do movimento negro Jesus dos Santos, subiu ao palco, seguranças o cercaram – ele disse que já havia combinado de subir para tirar foto. Frota tentou intervir e deu um empurrão em Jesus. Os ânimos só se acalmaram dez minutos depois, quando o militante retornou ao seu lugar. Após o evento, Frota disse que se irritou, porque Jesus “invadiu” o palco e que não devia ter feito isso.
Presidente do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), Carlos Eduardo Cauduro Padin, chegou a ordenar a retirada imediata do militante do recinto, mas, logo depois, permitiu sua permanência.

“Nós já tínhamos dialogado com o TRE, inclusive com o cerimonial, de que seria importante diplomar os nove codeputados. Nesse sentido, nos colocaram nas cadeiras na lateral do palco para que, na hora em que a Mônica fosse chamada, todos se dirigissem para tirar foto”,  disse Jesus.

O codeputado eleito disse que o caso demonstra o racismo estrutural da sociedade – além dele, outros quatro dos 94 deputados estaduais de São Paulo se declaram negros. Segundo ele, a entrada de alguns dos integrantes do seu grupo foi barrada, e ele foi cercado pelos seguranças. Ele diz que foi empurrado, teve o braço torcido por um segurança e levou um soco na barriga.

“Nesse momento, o Frota veio atrás de mim, me insultando, falando o que que eu estava fazendo ali, que aquele não era o meu lugar, que eu deveria ir embora e dando joelhadas em mim”, contou.

Jesus dos Santos atribuiu a confusão ao racismo. O ativista afirmou que aquela era uma comemoração da “branquitude” do massacre e racismo. Ele afirmou que foi o único negro impedido de transitar pelo local, ao contrário de assessores de eleitos. Na saída do evento, Frota se referiu ao caso como um “ato de bandido” e disse que se irritou quando o militante do PSOL entrou no palco.

“Foi uma invasão no palco. Num dia desses, especial, em que estamos sendo diplomados, não dá para ter atos como esse, tipo de bandido, pulando no palco. Comigo isso não se cria”, disse.

O presidente do TRE-SP também classificou o ato de Jesus como uma violência, mas evitou dizer que Frota tenha se excedido. “Quem entrou no palco, age com violência. Temos que dar o exemplo e agir de acordo com o que está estabelecido”, disse Padin, antes de afirmar que os deputados também não deveriam ter entrado na confusão.

Terminada a confusão, a cerimônia voltou aos trâmites regulamentares. Foram entregues os diplomas dos eleitos como deputados federal e senadores, além do vice-governador Rodrigo Garcia (DEM) e do governador João Doria (PSDB). Embora Doria assuma em 1º de janeiro, os deputados estaduais ocupam o cargo a partir de março.

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