Quarta-feira, 14 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 17 de agosto de 2021
A diretora do autódromo belga Spa-Francorchamps (utilizado na Fórmula 1), Nathalie Maillet, de 51 anos, foi assassinada no último domingo pelo próprio marido, o ex-piloto Franz Dubois. Desdobramentos do caso apontam que o crime não ocorreu apenas porque o homem encontrou e mulher com outra. Uma amiga da vítima afirma que o casal já estava em processo de divórcio, e o novo affair de Nathalie não era mantido em segredo.
Em entrevista à emissora belga “RTBF”, Sandrine Detandt se mostrou incomodada com o contexto dado à notícia. Para ela, a história não é sobre um marido traído que acabou matando a mulher e sua amante, a advogada e professora Ann-Lauwrence Durviaux.
“Para mim, é importante esclarecer as coisas. Eles estavam separados, Nathalie Maillet havia contado a ele que havia se apaixonado por Ann Lawrence. Eles estavam em processo de divórcio. Ele fingiu que isso não o incomodava, ele até conheceu Ann Lawrence… Estamos muito longe do homem traído que chega em casa inesperadamente para encontrar sua mulher nos braços de outra pessoa! É uma forma de romantizar o caso. Estamos diante de um homem que matou duas mulheres porque elas se desejavam”, disse Detandt.
Professora de psicologia e sexualidades na Université Libre de Bruxelles (Universidade Livre de Bruxelas), ela era amiga de Ann-Lauwrence.
“Como este homem se torna o herói traído que precisa limpar sua honra? Isso nos traz de volta aos séculos anteriores, quando era considerado normal para um homem possuir sua mulher”, concluiu.
Outras fontes confirmam que a atração de Nathalie Maillet por mulheres não era segredo, e que o marido não foi pego de surpresa pela revelação.
“A bissexualidade dela não era recente. Mesmo depois de seu casamento com Franz, Nathalie continuou a ver mulheres. Franz sabia”, disse uma testemunha parente da vítima ao jornal “Het Laaste Nieuws”.
Duplo feminicídio
Nathalie Maillet, diretora-gerente do circuito utilizado pela Fórmula 1, e Ann Lawrence Durviaux, advogada e professora da Universidade de Liège, foram encontrados mortas na madrugada de sábado para domingo, na residência do ex-casal, no município de Gouvy, dentro da província de Luxemburgo, na Bélgica. O caso é apontado como duplo feminicídio, e o marido Franz Dubois cometeu suicídio após atirar nas duas mulheres. Antes de se matar, o homem ligou para a polícia para comunicar o crime.
“O senhor ligou para a polícia pouco antes da meia-noite. Ele ligou para relatar que acabara de matar as duas mulheres e que ia acabar com sua vida. Quando a polícia chegou ao local, três corpos sem vida foram encontrados”, afirmou Sarah Pollet, porta-voz do Ministério Público de Luxemburgo.
Ela explica que não haverá julgamento porque o autor se matou, mas a investigação busca levar a verdade às famílias das vítimas. As informações são do jornal O Globo.