“Eu aprendi uma coisa na política: você não toma uma decisão até que seja necessária”. A declaração de Margaret Thatcher, primeira-ministra inglesa de 1979 a 1990, transposta para a realidade brasileira, explica o descalabro a que chegaram prefeituras, governos estaduais e federal. Gestores públicos omitiram-se ao longo de décadas. Exceção para alguns momentos, como o do surgimento do Plano Real em 1994, porque a inflação desenfreada jogaria o país no caos de forma irreversível.
Depende dos eleitores
As tão prometidas reformas como tributária, da Previdência e política permanecem no freezer, como se não fossem necessárias. Os centros de decisões temem reações contrárias e com isso se acovardam. Toda a eleição abre a chance de virar o jogo. O voto deve expressar o encorajamento dos que assumirão o poder e terão a responsabilidade de ir ao encontro das necessidades da população.
Só nos alvos com chances
Com o tempo reduzido de campanha, assessores sugerem a candidatos ao governo do Estado que se concentrem em regiões onde há mais chances de ganhar votos. Seguem o exemplo de Donald Trump que tirou San Francisco, Los Angeles e Nova Iorque dos roteiros. Sabia que iria perder e não quis desperdiçar horas preciosas.
Não cumprem
A cada campanha, nenhum candidato deixa de repetir a promessa para ninar pais e mães: a criação de mais vagas em creches. Passadas as eleições, os vencedores são acometidos de forte amnésia.
A ideia é ótima
A garantia de que aumentará o número de brasileiros isentos do pagamento do Imposto de Renda abre o festival Quem Dará Mais Vantagens? Nenhum candidato, porém, apresenta números para cobrir a perda de receita do governo federal. O balanço encerrará este ano com rombo de 150 bilhões de reais, sem considerar os 400 bilhões de juros da rolagem da dívida pública.
Começo da galhofa
Chacrinha tinha razão ao dizer que “nada se cria, tudo se copia”. Jânio Quadros chegou a Presidência da República em 1961 como justiceiro da classe média, prometendo “varrer as bandalheiras”, assustando os líderes tradicionais e utilizando uma coleção interminável de excentricidades. Desde então, candidatos copiam uma parte do modelo.
Joga pesado
José Dirceu, que lançará seu livro Memórias no começo de setembro, não poupa carga pesada sobre ministros do Supremo Tribunal Federal nomeados pelo PT. Esperava que tivessem outro comportamento. Alguns dos termos que usa para definir alguns dos integrantes: “Charlatão, autoritário, fraudulento e praticante de engodo”.
Mera cópia
Não é só no setor público que transitam fantasmas, laranjas, dublês e clones. A descoberta de milhares de fraudes entre beneficiários da Previdência Social revela que o país desandou. Os que usam meios ilícitos para receber auxílios, provavelmente, são os primeiros a criticar escândalos no setor público.
Incômodo
Em Porto Alegre, a CEEE não dá folga nem aos sábados. Falharam sinaleiras, além do incômodo de milhares de moradores que ficaram sem luz. Como sempre, a estatal não explica nada aos consumidores que pagam e muito pelo serviço.
Há 75 anos
A 26 de agosto de 1943, o governador do Estado, Cordeiro de Farias, anunciou que deixaria o cargo. Decidiu aceitar a missão que o presidente Getúlio Vargas lhe atribuiu: comandar uma unidade da Força Expedicionária Brasileira que lutaria na Itália contra forças nazifascistas.
Sem floreios
Com a redução do tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV, muitos candidatos, que começaram os programas de anos anteriores com florete, irão direto para o tacape.