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DO APOIO À DESILUSÃO

Carlos Lacerda

Nesta quarta-feira, dia 4, serão assinalados os 50 anos do rompimento do governador da Guanabara, Carlos Lacerda, com o regime militar.

Como uma das principais vozes a favor da derrubada do presidente João Goulart, Lacerda tinha participado da reunião, no começo de abril de 1964, que decidiu pela escolha do general Castelo Branco para assumir o poder. Era a confirmação de sua influência. Um mês depois, Lacerda seguiu para a Europa em viagem oficial para divulgar os objetivos das mudanças no Brasil.

O apoio, aos poucos, começou a definhar. Alijados das principais decisões, Lacerda e seus adeptos da União Democrática Nacional foram se desligando do projeto político-militar que haviam defendido.

A 27 de outubro de 1965, com a decretação do Ato Institucional 2, que suspendeu as eleições diretas para a Presidência da República,  viu desaparecer suas pretensões. Oito dias depois, licenciou-se do governo da Guanabara, passando o cargo ao vice Rafael de Almeida Magalhães. A partir daquele momento, começou sua passagem para a oposição.

Em setembro de 1966, os jornais já se referiam abertamente à constituição da Frente Ampla, reunindo Lacerda, seu principal articulador, Juscelino Kubitschek e João Goulart. A 28 de outubro do mesmo ano, foi lançado o manifesto da Frente.

A 5 de abril de 1968, ao constatar a crescente aceitação das propostas, portaria do Ministério da Justiça proibiu todas as atividades da Frente Ampla. Diante do agravamento da situação política, em 13 de dezembro de 1968 surgiu o Ato Institucional nº 5. No dia seguinte, Lacerda foi preso e conduzido ao Regimento Marechal Caetano de Farias, da Polícia Militar do Estado da Guanabara. Após uma semana em greve de fome, conseguiu ser libertado. Em 30 de dezembro, teve os direitos políticos suspensos por dez anos.

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