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Política Dois filhos e há 10 anos com o marido: conheça o senador que reagiu à homofobia na CPI da Covid

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Senador é professor, palestrante, ativista humanitário e delegado da Polícia Civil do ES desde 1992. (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado)

O senador Fabiano Contarato (Rede), que chamou atenção ao fazer um discurso na abertura da sessão da CPI da Covid de quinta-feira (30), tem dois filhos e está com o marido há 10 anos. Contarato protestou contra uma frase homofóbica postada em rede social pelo depoente, o empresário Otávio Fakhoury.

“Sua família não é melhor que a minha”, disse o senador do Espírito Santo em uma das partes mais marcantes do discurso. Contarato é homossexual e falou do marido e dois filhos com orgulho durante o discurso e em suas redes sociais.

“Mas a minha família não é pior do que a sua porque a mesma certidão de casamento que o senhor tem eu também tenho; que fala na Pátria, que fala na legalidade, que fala na moralidade, mas o senhor é o principal violador dessa legalidade e moralidade; que fala em Deus acima de todos. Deus está no meio de nós”, afirmou o senador.

A fala do senador gerou falas de apoio nas redes sociais e fotos dele com o marido e os filhos se espalharam na internet.

“Muito emocionado, agradeço imensamente por todas as mensagens e todos os gestos de carinho, apoio e solidariedade após meu desabafo contra a homofobia que sofri. Orientação sexual não define caráter. Todos somos iguais perante a lei”, disse Contarato em uma rede social.

O filho do senador foi adotado em 2017 e a filha em 2020.

O senador nasceu em Nova Venécia, no interior capixaba, e vive com a família em Vila Velha, na Grande Vitória. Antes de ser eleito senador em 2018, Contarato era professor, palestrante, ativista humanitário e delegado da Polícia Civil do Espírito Santo desde 1992.

Ele foi delegado da Delitos de Trânsito por mais de 10 anos. Também assumiu a direção geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e atuou como de corregedor-geral na Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont).

Durante fase em que esteve na Delegacia de Delitos de Trânsito, Contarato conduziu casos emblemáticos do Estado, como o da jovem que viralizou após tenta fumar dinheiro e ligar carro com canudo e o acidente que matou três pessoas de uma mesma família em 2008 e gerou a condenado do empresário Wagner Dondoni.

“Fui delegado de delitos de trânsito por mais de dez anos no Espírito Santo, e senti de perto a dor as famílias que perdem seus entes queridos em acidentes de trânsito e são, na prática, as únicas que pagam o preço da impunidade do motorista infrator. No Senado, já consegui avanços legislativos para que o condutor embriagado que mata fique, de fato, na cadeia”, disse o senador.

Contarato explicou que levou a experiência ao Legislativo para elaboração de projetos sobre trânsito.

O senador eleito é graduado em Direito pela Universidade Vila Velha (UVV), pós-graduado em Direito Penal e Processual Penal pela Universidade Gama Filho (UGF) e especialista em Impactos da Violência na Escola pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Fala

A mensagem de Fakhoury à qual Contarato se referiu na sessão apontava um erro de ortografia cometido pelo senador, também em uma rede social. Na ocasião, o parlamentar havia comentado o depoimento à CPI, em maio, do ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten. Contarato escreveu que Wajngarten deveria ser preso e que, no depoimento, havia se configurado “estado fragancial (sic)”.

“O delegado [Contarato], homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário… Quem seria o ‘perfumado’ que lhe cativou?”, escreveu o empresário.

Contarato disse para Fakhoury:

“O senhor não é um adolescente. O senhor é casado, tem filhos. A sua família não é melhor que a minha”, afirmou o senador.

Contarato também pediu que a Polícia Legislativa investigue Fakhoury por homofobia. O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede), pediu que o Ministério Público Federal (MPF) seja informado sobre “ocorrência de eventual crime de homofobia por parte do depoente”.

Contarato discursou da cadeira da presidência da CPI, cedida pelo presidente, Omar Aziz (PSD) para dar destaque à fala. Com a voz embargada, dirigindo-se a Fakhoury, afirmou:

“Eu aprendi que a orientação sexual não define caráter, a cor da pele não define o caráter, poder aquisitivo não define caráter”, disse. “Eu sonho com o dia em que eu não vou ser julgado por minha orientação sexual. Sonho com o dia em que meus filhos não serão julgados por ser negros. Eu sonho com um dia em que minha irmã não vai ser julgada por ser mulher e que o meu pai não será julgado por ser idoso”, declarou o senador.

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