Segunda-feira, 16 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 4 de abril de 2025
A Ásia foi o continente mais impactado pelas tarifas anunciadas por Trump na última quarta-feira.
Foto: ABrO dólar disparou nessa sexta-feira (4), cotado a R$ 5,83, conforme o mercado reagia ao anúncio do governo chinês de que vai retaliar o “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Já a Bolsa de Valores brasileira recuou 2,96%, aos 127.256 pontos.
O avanço da moeda norte-americana foi de 3,68% frente ao real, na maior alta diária desde 22 abril de 2022, quando subiu 4,04%. Ao longo da sessão de hoje, o dólar chegou a ser negociado a R$ 5,84.
Já o Ibovespa, principal índice acionário da Bolsa de Valores brasileira, recuou 2,96%, acompanhando o movimento global. Essa foi a maior queda do índice desde 18 de dezembro de 2024, quando caiu 3,15%.
A Ásia foi o continente mais impactado pelas tarifas anunciadas por Trump na última quarta-feira (2). A China, segunda maior economia do mundo, recebeu taxas extras de 34%. Agora, somando as tarifas de 20% já anunciadas pelos EUA anteriormente, os produtos asiáticos que chegam ao país devem ser taxados em 54%.
Como resposta, Pequim afirmou que vai impor tarifas também de 34% sobre todos os produtos norte-americanos, além de colocar novos limites para as exportações chinesas de terras raras (minerais importantes e escassos para a produção de chips usados para tecnologia) para os EUA.
O mercado teme que outros países também comecem a retaliar os EUA e a situação vire uma guerra comercial generalizada.
Com as tarifas impostas por Trump, a expectativa é que os preços dos produtos e insumos que chegam aos EUA devem ficar mais caros, encarecendo também a produção de diversas cadeias produtivas de bens e serviços.
Mercados
Desde que assumiu, Trump já decretou tarifas sobre grandes parceiros comerciais, como México e Canadá, e impôs taxas sobre produtos específicos, como aço, alumínio, automóveis e produtos agrícolas.
Na quarta, Trump finalmente detalhou como funcionarão as tarifas recíprocas. As regiões mais afetadas foram a Ásia e o Oriente Médio, com taxas que ultrapassam 40% em alguns casos. A Europa também foi bastante impactada com tarifas de 20% anunciadas contra a UE.
Especialistas acreditam que esse aumento de preços deve pressionar os custos e reduzir o consumo nos EUA, o que pode provocar uma desaceleração ou até uma recessão na maior economia do mundo.
Com as tarifas recíprocas, aplicadas a mais de 180 países, o grande temor do mercado é de que o “tarifaço” inicie uma guerra comercial generalizada. O cenário de incerteza faz com que os investidores se afastem dos ativos de risco, como os mercados de ações, o que prejudica as bolsas de valores em todo o mundo.
Essa percepção ganha ainda mais força com o recente anúncio da retaliação chinesa. O país deve começar a cobrar tarifas de importação de 34% sobre os produtos americanos em 10 de abril.
Isso pode gerar mais inflação ao consumidor, ao mesmo tempo em que ocorre uma redução no consumo, justamente pelos preços maiores. Por isso, investidores acreditam que os EUA podem viver um período de recessão econômica em breve. Com esse sentimento, na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda e atingiu o seu menor valor no ano: R$ 5,62.
No entanto, com mais países anunciando tarifas, especialistas explicam que o temor é que o aumento forte da inflação e uma desaceleração da atividade econômica se espalhe por todo o mundo.
Com a cautela e a percepção de que várias economias, inclusive as maiores, podem ser afetadas, os investidores voltaram a recorrer ao dólar, considerada uma das moedas mais seguras do mundo. Além disso, as bolsas globais vivem mais um dia de quedas expressivas.