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Mundo Donald Trump causa revolta ao acabar com a legislação que protegia 800 mil jovens filhos de imigrantes ilegais nos Estados Unidos

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Jovens protestam contra fim de programa. (Foto: AFP)

No que depender de Donald Trump, o sonho de fazer a vida nos Estados Unidos ficará mais difícil, se não impossível, a partir de hoje. Pelo menos para 800 mil jovens filhos de imigrantes ilegais que vivem no país desde a infância ou a adolescência. Numa decisão polêmica, o governo do republicano anunciou ontem o fim do programa de proteção aos chamados Dreamers (sonhadores, em português). Com a medida, que faz parte da plataforma anti-imigração de Trump, os jovens estão agora sujeitos à deportação. E as críticas, como era esperado, foram amplas: grupos de ativistas, empresários, religiosos, sindicatos, legisladores — incluindo republicanos — e até o ex-presidente Barack Obama rejeitaram o que classificam como um retrocesso em relação a uma das mais marcantes plataformas adotadas no governo anterior. Houve protestos em frente à Casa Branca, em Washington, e à Trump Tower, em Nova York, e procuradores-gerais de vários estados anunciaram que vão à Justiça lutar contra a medida.

“Somos um povo de compaixão, mas não há nada compassivo na falha em aplicar as leis de imigração” justificou o procurador-geral, Jeff Sessions, antes de afirmar que a Ação Adiada para Chegadas na Infância (Daca, na sigla em inglês) é inconstitucional e tira empregos dos americanos.

Sessions ainda ressaltou que a Casa Branca deu o primeiro passo para acabar com o “desrespeito do governo anterior ao processo legislativo”. Obama contra-atacou, numa rara crítica ao atual governo. “Atingir estes jovens é errado — porque eles não fizeram nada de errado. É contraproducente porque eles querem começar novos negócios, trabalhar em nossos laboratórios, servir em nossas Forças Armadas, e por outro lado, contribuem com o país que amamos. Isto é cruel”, escreveu no Facebook.

Executivos, políticos e grupos em defesa de direitos civis também criticaram o plano de desmantelar o Daca — que concede vistos de estadia e de trabalho por dois anos, renováveis, aos que chegaram aos EUA de forma ilegal quando crianças. Procuradores-gerais dos estados de Washington, Nova York, Califórnia e Massachusetts anunciaram ações legais contra o fim do programa. Para Dulce Matuz, presidente do Arizona Dream Act Coalition, a decisão do presidente foi covarde e vazia:

“Trump lavou as mãos, não apresentou uma proposta, jogou a responsabilidade para o Congresso e sequer apareceu para o anúncio, deixando o trabalho sujo com Sessions” afirmou, destacando que os jovens estão frustrados, tristes e, alguns, desesperados. “Os imigrantes fizeram e fazem este país, com ou sem papéis. E vale lembrar que o Daca só existe pela incompetência de democratas e republicanos em aprovar uma lei séria.”

Após o anúncio, no entanto, o presidente disse ter “grande amor pelos dreamers”:

“Posso dizer, ao falar com os membros do Congresso, que eles querem poder fazer algo e de forma correta. Realmente não temos escolha.”

Mais cedo, Trump dera sinais de que poria fim ao programa. A notícia fora antecipada pela imprensa e, pela manhã, o presidente enviou um recado aos congressistas sugerindo que pediria a revisão do Daca: “Congresso, prepare-se para fazer o seu trabalho – DACA!”, escreveu, no Twitter.

“Trump está tentando nos assustar para que nos escondamos”, disse ao “Washington Post” a mexicana Erika Andiola, de 30 anos e desde os 10 nos EUA. ”Não vamos recuar.”

Como muitos desses jovens estão hoje empregados no Vale do Silício, na Califórnia, onde ficam gigantes de tecnologia como Google e Facebook, empresários também saíram em defesa do Daca.

“É particularmente cruel oferecer o sonho americano a jovens, encorajá-los a confiar em nosso governo, e depois puni-los por isso. É hora de o Congresso agir para passar o Dream Act ou alguma outra solução legislativa que dê aos dreamers um caminho à cidadania” exortou Mark Zuckerberg, CEO e fundador do Facebook.

Brad Smith, presidente da Microsoft, lembrou que há 39 dreamers na empresa, e garantiu que pagará apoio jurídico na luta para mantê-los nos EUA.

Além das críticas, a decisão gerou dúvidas. Em nota, o Departamento de Segurança Interna disse que deixaria de processar novas candidaturas a partir de ontem. O órgão, porém, anunciou um plano para continuar a renovar licenças a qualquer pessoa cujo status expira nos próximos seis meses — dando ao Congresso tempo para agir antes que eles percam a possibilidade de trabalhar, estudar e viver legalmente nos EUA. Sessions lembrou que as atuais autorizações de trabalho e estudo serão mantidas, o que, na opinião de Renata Castro, advogada especializada em imigração do Castro Legal Group, é um indicativo de que pode haver uma anistia negociada, em troca de fundos para a construção do muro na fronteira com o México, por exemplo. (AG)

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