Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2017
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, pediu nesta quarta-feira (13), o reconhecimento de Jerusalém Oriental como “capital da Palestina”, em reação ao reconhecimento por parte do governo dos Estados Unidos da Cidade Santa como capital de Israel. Ele chegou a afirmar que o posicionamento causou um incêndio que “queimará a região e o mundo”.
“Convido os países que defendem o Direito Internacional e a justiça a reconhecerem Jerusalém ocupada como capital da Palestina”, afirmou o chefe de Estado durante a abertura de uma reunião extraordinária da OCI (Organização de Cooperação Islâmica) em Istambul. O evento recebe representantes de 48 países de maioria muçulmana e busca chegar a um acordo conjunto sobre como lidar com o novo conflito motivado pela decisão de Trump.
Em tom mais pesado, Erdogan ainda afirmou que a decisão do presidente dos EUA causou um “incêndio que queimará a região e o mundo’. “Israel é um Estado de ocupação. Além disso, é um Estado terrorista”. Erdogan garantiu que “nunca renunciará” a exigir “uma Palestina soberana e independente”.
Contexto
O anúncio de Trump em 6 de dezembro provocou uma condenação quase unânime no mundo, assim como manifestações de ódio em muitos países do Oriente Médio. A ONU (Organização das Nações Unidas) não reconhece a anexação de Jerusalém Ocidental, que considera um território ocupado e declarou a lei israelense de 1980 uma violação da lei internacional.
Para a ONU e para grande parte da comunidade internacional, o status de Jerusalém tem que ser negociado entre as duas partes. A visão internacional mais difundida é a de Jerusalém como capital de Israel e de um Estado palestino independente.
Presidente em exercício da OCI, Erdogan espera unificar o mundo muçulmano contra a decisão americana. A tarefa não é fácil, já que a região se encontra profundamente dividida. Além disso, vários países – como a Arábia Saudita – buscam cultivar boas relações com o governo Trump, tendo como pano de fundo a hostilidade em relação ao Irã.
OCI
Representantes de 48 países de maioria muçulmana, membros da Organização para a Cooperação Islâmica, estão em Istambul, na Turquia, para chegar a um acordo conjunto diante da decisão dos Estados Unidos de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
No discurso de abertura do encontro, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Çavusoglu, afirmou que a cúpula mostrará a reação do mundo muçulmano diante dos últimos eventos.
“Trabalhar pela unidade dos irmãos palestinos”, assim como “encorajar outros países em reconhecer a Palestina dentro das fronteiras anteriores a 1967 e com o Jerusalém Oriental como sua capital” são as prioridades da reunião, afirmou o ministro.
Pelo menos 48 representantes dos 57 países-membros da OCI participam do encontro. O presidente palestino Mahmoud Abbas; o rei Abdullah da Jordânia; o presidente de Azerbaijão, Ilham Aliyev; o emir do Catar, Tamim bin Hamad Al Sadi e o presidente iraniano, Hassan Rouhani, são alguns dos líderes que participam da cúpula.
Também estão em Istambul os ministros das Relações Exteriores do Egito, Emirados Árabes Unidos, Marrocos e Cazaquistão; assim como o ministro para Assuntos Islâmicos da Arábia Saudita.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, também anunciou sua participação na cúpula na sua função de secretário-geral do Movimento dos Países Não Alinhados, um órgão de observação da OCI a que pertence o país sul-americano.