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Mundo Donald Trump decide morar em resort de luxo, para desespero de vizinhos

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FBI realizou buscas na residência de Mar-a-Lago do ex-presidente americano Donald Trump. (Foto: Reprodução)

Em uma noite no fim de janeiro de 1994, fogos de artifício iluminaram os céus acima de Mar-a-Lago, uma grande propriedade imobiliária em Palm Beach, Flórida, com teto dourado, um portão de entrada revestido com azulejos espanhóis de época e uma sala de jantar inspirada no cômodo do Palácio Chigi, em Roma, que o ditador italiano Benito Mussolini viria a usar como escritório.

O espalhafatoso espetáculo em meio à ambientação opulenta se adequava às sensibilidades exibicionistas de Donald Trump, então com 47 anos, magnata dos imóveis de trajetória oscilante que sangrava dinheiro para manter o lugar e, recentemente, tinha estabelecido um acordo com a prefeitura de Palm Beach para converter a propriedade histórica, sua residência, em um clube particular.

Mas havia um probleminha.

“Prezado Sr. Trump”, começava uma carta repreendendo levemente o destinatário e assinada por um funcionário da fiscalização municipal, lembrando o proprietário de Mar-a-Lago que, no futuro, “exige-se” a obtenção de aprovação do município antes de novos espetáculos com fogos de artifício.

Naquele mesmo ano, outra carta do tipo “Prezado Sr. Trump” foi enviada, desta vez pedindo a ele que desmarcasse um ensaio fotográfico com a estrela da música pop Madonna na propriedade, que se preparava para a inauguração como clube. Trump foi lembrado de que frivolidades como “ensaios fotográficos para revistas e afins” eram contra as regras da endinheirada comunidade.

E assim tem sido ano após ano, seja em questões menores ou maiores, ao longo de mais de 25 anos, com Trump sempre testando os limites da paciência e da tolerância em uma comunidade onde ele ainda pode ser visto como um intruso vulgar. Centenas de documentos obtidos via solicitação pública mostram detalhadamente como Trump ignorou com frequência as regras e promessas mais elementares, passando por cima dos moradores locais sem receber nenhuma punição. O material mostra também Trump e seus associados demonstrando todas as suas qualidades — intimidando pessoas, insultando-as e apresentando o futuro presidente como vítima.

O relacionamento de amor e ódio entre Trump e Palm Beach — uma história pontuada por ações na justiça, disputas envolvendo desde a trajetória de voos até uma bandeira americana de dimensões abissais, e ocasionais períodos de trégua — será testado novamente essa semana enquanto as relutantes autoridades municipais são pressionadas a decidir se ele pode chamar Mar-a-Lago de lar na sua pós-presidência. Preservacionistas horrorizados e antagonistas de Trump dizem que a garantia apresentada por ele anos atrás em uma reunião na câmara de vereadores, quando afirmou que não moraria em Mar-a-Lago, e o acordo assinado por ele convertendo a propriedade em um clube particular o impediriam de morar na cidade, coisa que ele tem feito desde a sua saída da Casa Branca no dia 20 de janeiro.

“Ele não conhece limites. Não respeita o contrato social”, disse em entrevista a ativista comunitária. “Não respeita absolutamente nada.”

Grande aposta

Trump tinha que apostar alto porque — seis anos depois de escrever A Arte da Negociação — ele tinha um megaempreendimento para vender para Palm Beach, uma cidade conhecida por proteger agressivamente propriedades históricas. A proposta dele de transformar sua casa em um clube foi feita com um nefasto alerta, feito por um de seus advogados, durante uma longa reunião na prefeitura da cidade. “Mar-a-Lago não pode ser preservada eternamente como um lar de família.”

Inicialmente, Trump queria transformar Mar-a-Lago em um “clube patrimonial”, no qual os sócios comprariam cotas e seriam, essencialmente, sócios. Mas isso não funcionaria, afirmaram funcionários da prefeitura. Se o clube falisse, a cidade não queria ter de lidar com uma horda de proprietários. Preferia que uma única pessoas fosse responsabilizada: Donald Trump.

Então Trump começou a fazer promessas. Seu advogado garantiu à prefeitura que ele não moraria em Mar-a-Lago e usaria as suítes para convidados por somente 21 dias ao ano, como qualquer outro sócio. No pedido de Trump, ele também tranquilizava os preservacionistas afirmando que não estava pedindo para construir novas estruturas ou novas placas.

O acordo final afirmou que não haveria barracas. E nem circos — pelo menos não do tipo que envolve animais.

Mas, pouco mais de um ano depois da badaladíssima inauguração da propriedade reformada, em 1995, Trump tentava se livrar de grande parte do que havia prometido. Quis eliminar o limite de estadias em suas suítes para convidados – estabelecido porque os vizinhos se preocupavam com a possibilidade de viver ao lado de um hotel. Quis também abolir o limite de 500 sócios.

Quando não conseguiu o que queria, entrou na Justiça.

E, mesmo derrotado no processo judicial, com o passar dos anos, ele geralmente foi conseguindo o que queria. A prefeitura cedeu ao pedido para permitir barracas. Deixou que ele construísse um pavilhão de eventos.

Quando Trump não conseguia obter permissões, ele frequentemente seguia em frente com o que desejava fazer sem o aval oficial.

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https://www.osul.com.br/donald-trump-decide-morar-em-resort-de-luxo-para-desespero-de-vizinhos/ Donald Trump decide morar em resort de luxo, para desespero de vizinhos 2021-02-15
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