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Mundo Donald Trump dominou o Partido Republicano

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Donald Trump é mais temido pelos legisladores de seu partido do que qualquer ocupante do Salão Oval. (Foto: Tia Dufour/Official White House)

No verão de 2017, Dave Trott, um congressista republicano no segundo mandato, estava tão preocupado com o comportamento instável do presidente Donald Trump e suas tentativas frustradas de revogar a Lei de Acesso à Saúde que criticou o presidente em uma reunião a portas fechadas com outros legisladores republicanos. As informações são do jornal The New York Times.

A resposta foi instantânea —mas não teve nada a ver com a substância das preocupações de Trott. “Dave, você precisa saber que alguém já disse à Casa Branca o que você disse”, ele lembrou que um colega lhe disse. “Prepare-se para uma enxurrada de tuítes.”

Trott entendeu a mensagem: desafiar Trump é instigar a ira do presidente, o ostracismo dentro do partido e o fim prematuro de uma carreira na política republicana. Trott decidiu não tentar se reeleger em seu distrito num subúrbio de Detroit, concluindo que era insustentável concorrer como republicano anti-Trump, e juntou-se a uma onda de deserções republicanas do Congresso que deixou os que continuam mais dedicados que nunca ao presidente.

“Se eu ainda estivesse lá e me pronunciando contra o presidente, o que aconteceria comigo?”, disse Trott antes de responder à própria pergunta: Trump teria atacado e pressionado os líderes republicanos da Câmara para puni-lo.

Pouco menos de quatro anos depois de ter iniciado a dominação de um partido com o qual tinha pouca conexão, Trump entra em 2020 sobrecarregado com a ignomínia de ser o primeiro presidente em exercício a tentar a reeleição depois de ser impeachmado.

Mas ele o faz usando uma armadura política construída com a total lealdade dos ativistas do Partido Republicano e seus representantes no Congresso. Se ele não goza da ampla admiração que os republicanos tinham por Ronald Reagan, é mais temido pelos legisladores de seu partido do que qualquer ocupante do Salão Oval, pelo menos desde Lyndon Johnson.

Seu punho de ferro nunca foi mais firme do que nos últimos dois meses, durante a investigação da Câmara que terminou no dia 18 com o processo de impeachment de Trump por acusações de abuso de poder e obstrução do Congresso. Nenhum deputado republicano apoiou nenhum dos artigos, nem sequer autorizou a investigação em setembro.

Em todas as audiências sobre as negociações do presidente com a Ucrânia, eles o defenderam como vítima de fervor partidário. Um republicano chegou a dizer que Jesus havia recebido um tratamento mais justo antes de sua crucificação do que Trump durante seu impeachment.

É muito revelador o fato de que alguns parlamentares republicanos que inicialmente disseram que o telefonema de Trump ao presidente da Ucrânia foi inadequado depois descartaram suas críticas. Pessoas próximas de Trump atribuíram a mudança tanto à sua defesa pública do telefonema como “perfeito” quanto às conversas privadas que ele e seus aliados tiveram com parlamentares preocupados.

Essa lealdade dificilmente garantirá a reeleição de Trump: ele nunca obteve 50% de aprovação como presidente, e mais da metade dos eleitores dizem aos pesquisadores que vão se opor a ele, não importa quem seja o candidato democrata.

Mas a união ombro a ombro contrasta com os democratas no momento, com sua disputada primária moderada versus liberal que ficou totalmente clara no debate do dia 19. E é ainda mais impressionante diante dos desvios de Trump da antiga ortodoxia partidária em questões como política externa e tarifas.

“Ele tem uma conexão completa com o eleitor republicano médio, e isso lhe deu poder político aqui”, disse o deputado republicano Patrick McHenry, da Carolina do Norte, acrescentando: “Trump tocou o nervo da minha base conservadora como ninguém na minha vida”.

Entrevistas com legisladores republicanos atuais e passados, bem como com estrategistas partidários, muitos dos quais pediram o anonimato para não contrariar publicamente o presidente, sugerem que muitas autoridades eleitas efetivamente enfrentam duas alternativas. Elas podem votar com os pés, aposentando-se —e notáveis 40% dos congressistas republicanos o fizeram ou foram derrotados nas urnas desde que Trump tomou posse.

Ou eles podem silenciar suas críticas a ele. Todos os incentivos que moldam o comportamento político —com eleitores, doadores e a mídia— obrigam os republicanos a se curvarem a Trump se quiserem sobreviver.

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