Terça-feira, 13 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 11 de maio de 2023
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi entrevistado em um programa ao vivo de uma grande rede americana após quase três anos de aparições restritas a canais simpáticos, como os de propriedade do magnata Rupert Murdoch. Diante de uma plateia formada por eleitores republicanos e independentes com inclinação ao partido, em New Hampshire, Trump repetiu a mentira de que a eleição de 2020 foi fraudada, classificou o dia 6 de janeiro de 2021 — quando o Capitólio foi invadido por trumpistas radicais insuflados por ele — como um “bonito dia”, afirmou que a guerra na Ucrânia não teria começado se ele fosse presidente e citou o Brasil para defender o armamento da população como resposta a violência armada no país.
Política de armas no Brasil
A menção ao Brasil aconteceu após um apoiador na plateia questionar o que o ex-presidente pretendia fazer para defender o direito constitucional dos americanos de possuírem armas de fogo. Após defender uma posição armamentista, Trump foi indagado pela apresentadora da CNN Kaitlan Collins se ele não imporia restrições ao acesso a armas diante do aumento de ataques a tiro em massa, incluindo em escolas.
“O Brasil tem uma [política de armas] muito restritiva. [Os números de] homicídios eram incríveis. Entravam nas casas das pessoas e as matavam. Eles não tinham nenhuma proteção. O ex-presidente deles disse “vão lá e comprem armas”, e eles foram lá e compraram armas, e os números [de violência armada] caíram muito, porque eles tinham segurança”, afirmou Trump, também sem apresentar provas.
O presidente também afirmou que a culpa pelo aumento da violência armada não era das armas ou das munições, mas sim das pessoas por detrás delas, e defendeu responder ao aumento de ataques em escolas com o enrijecimento do controle, incluindo os professores na segurança — o que, para setores da direita americana, significa armar professores em sala de aula.
Isenção sobre a Ucrânia
No segundo bloco do debate mediado, Trump afirmou que a guerra na Ucrânia nunca teria acontecido se ele fosse presidente dos Estados Unidos e criticou a condução dos esforços pró-Ucrânia neste momento.
“Nós não temos munição para nós mesmos, nós estamos enviando [para Kiev] demais”, disse o ex-presidente, acrescentando: — Eu tenho que começar dizendo, e não importa mais, que se eu fosse presidente, isso nunca teria acontecido [a guerra na Ucrânia]. Até democratas admitem isso. Putin sabe, que isso nunca teria acontecido.
O ex-presidente americano também se recusou a declarar se deseja que a Ucrânia ou a Rússia vençam a guerra.
“Eu não penso em termos de ganhar ou perder. Penso em termos de solucionar”, declarou Trump ao canal CNN, em oposição à política republicana de apoiar Kiev. “Quero que todos parem de morrer. Eles estão morrendo. Russos e ucranianos. Quero que parem de morrer. E farei isso.”
Trump ainda acrescentou que vai conseguir solucionar a guerra em “24 horas”.
Alguns minutos antes, Trump insistiu que poderia deter a guerra que começou em fevereiro do ano passado ao negociar diretamente com o presidente russo Vladimir Putin e com o ucraniano Volodymyr Zelensky.